Papa quer valorização e defesa dos idosos
O Papa apelou à valorização e defesa da vida dos idosos, falando durante a audiência pública semanal das quartas-feiras, que regressou à Praça de São Pedro, após dois anos de limitações impostas pela pandemia.
«Incentivar nos jovens, mesmo indirectamente, uma atitude de suficiência – e até de desprezo – em relação à velhice, às suas fraquezas e à sua precariedade, produz coisas horríveis. Abre caminho para excessos inimagináveis», alertou, perante milhares de peregrinos reunidos no Vaticano.
«Os jovens que ateiam fogo ao cobertor de um sem-abrigo, como vimos, por considerá-lo um descarte humano, são a ponta do icebergue, ou seja, do desprezo por uma vida que, longe das atracções e impulsos da juventude, já aparece como uma vida de descarte», acrescentou.
Francisco sublinhou que, «infelizmente», muitos idosos são alvo de «chacota, incompreensão e desprezo», chegando a ser vítimas de violência.
«É importante transmitirmos às novas gerações que o amor à vida deve ser sempre manifestado, em todas as suas etapas, desde a concepção até ao seu fim natural, e inclui de maneira especial a homenagem à vida vivida pelos mais velhos», insistiu.
O Papa deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre a velhice, lamentando que, muitas vezes, as pessoas reajam com «incómodo» perante os idosos, antes de referir o dever de «honrar» os que precederam cada um.
Francisco convidou os pais a «aproximar» os filhos, as crianças, os jovens dos idosos, criticando quem se esquece dos mais velhos, como se fossem «lixo».
«Por favor, protejam os idosos, pois são a presença da história, a presença da minha família, e graças a eles estou aqui, podemos todos dizer: graças a ti, avô e avó, estou vivo. Por favor, não os deixem sozinhos», apelou.
O Papa disse que «desprezar os velhos» é um «pecado grave» e pediu atenção para as situações em que a despedida pode ser «lenta e prolongada, criando um tempo e um espaço de convivência duradoura com as outras idades da vida».
No final da audiência, Francisco deixou uma saudação aos fiéis de língua portuguesa, desejando «santos dias de Páscoa».
«Perante as dolorosas derrotas da vida, Cristo, vencedor do pecado, do medo e da morte, exorta a não se render ao mal e à violência. Deixemo-nos vencer pela paz de Cristo! Em seu nome vos abençoo, a vós e aos vossos entes queridos», concluiu.
In ECCLESIA