Pensar antes de falar evita conflitos

AUDIÊNCIA PÚBLICA SEMANAL DEDICADA À TEMPERANÇA DAS EMOÇÕES E ÀS VÍTIMAS DAS GUERRAS

Pensar antes de falar evita conflitos

O Papa afirmou, no Vaticano, que a virtude da «temperança» ajuda todos a «pesar e medir bem as palavras», num mundo de «excessos», tendo elogiado quem vive com equilíbrio e sobriedade.

«Aprendamos a cultivar a virtude da temperança, de modo a poder controlar as nossas palavras e acções para evitar conflitos desnecessários e promover a paz na nossa sociedade», pediu aos participantes na audiência pública semanal das quartas-feiras, reunidos na Praça de São Pedro.

Numa reflexão dedicada à quarta virtude “cardeal”, na tradição católica, Francisco sublinhou a importância de evitar palavras ditas por «ímpeto ou exuberância», ou num «momento de raiva», que podem destruir «relacionamentos e amizades».

«Especialmente na vida familiar, na qual as inibições são reduzidas, todos corremos o risco de não controlar as tensões, as irritações e a raiva», advertiu.

O Papa destacou que, na vida, «há um tempo para falar e um tempo para calar, mas ambos exigem a medida certa».

O Santo Padre apresentou a temperança como a virtude da «justa medida».

«Num mundo onde tantas pessoas se orgulham de dizer o que pensam, a pessoa com temperança prefere pensar o que diz. Percebem a diferença? Não dizer apenas o que me vem à cabeça, não: pensar no que tenho de dizer», indicou aos milhares de peregrinos presentes no Vaticano.

A reflexão começou por evocar a ética de Aristóteles, que destacava a centralidade da temperança para uma vida feliz.

«A felicidade com a temperança é a alegria que floresce no coração de quem reconhece e valoriza o que é mais importante na vida», declarou.

Francisco saudou, depois, os participantes na audiência, incluindo os peregrinos de língua portuguesa, convidando todos a «permanecer fiéis a Cristo Jesus».

«Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria e vos ajude a ser sinal de confiança e esperança no meio dos outros. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção de Deus», disse.

AS VÍTIMAS, SEMPRE AS VÍTIMAS

Na mesma ocasião, o Papa rezou pelas vítimas da tortura e apelou à libertação de prisioneiros de guerra, evocando em particular os conflitos na Terra Santa e na Ucrânia.

«O nosso pensamento dirige-se neste momento, o de todos nós, às populações em guerra. Pensemos na Terra Santa, Palestina e Israel, pensemos na Ucrânia, na martirizada Ucrânia. Pensemos nos prisioneiros de guerra», pediu, já a concluir a audiência pública semanal.

Francisco rezou para que Deus possa inspirar, nos responsáveis políticos, «a vontade para os libertar a todos».

«Falando de prisioneiros, vêm-me à mente os que são torturados. A tortura dos prisioneiros é algo muitíssimo feio, não é humano», acrescentou.

A intenção de oração do Papa, em Junho de 2023, foi dedicada às vítimas da «crueldade» da tortura.

«Existem formas de tortura muito violentas, outras mais sofisticadas, como os tratamentos degradantes, a anulação dos sentidos ou as detenções em massa em condições desumanas que tiram a dignidade da pessoa», referia então Francisco.

Num vídeo divulgado através das plataformas digitais, o Papa mostrava-se chocado com o «horror da tortura».

O Fundo das Contribuições Voluntárias das Nações Unidas para as Vítimas de Tortura ajudou em cada ano, desde 1981, uma média de cinquenta mil vítimas de tortura em países de todas as regiões do mundo.

In ECCLESIA

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *