Foi há 91 anos em Madrid
Mais exactamente no dia 2 de Outubro de 1928, dia dos Anjos da Guarda, quando um jovem sacerdote, de seu nome Josemaría Escrivá de Balaguer, fazia um retiro espiritual, viu por inspiração divina a imensidão dum caminho de santidade ao qual todos estavam chamados, através da sua vida normal na família, no trabalho e na sociedade. Assim nasceu o Opus Dei, termo latino que significa “Obra de Deus”.
“O dia 2 de Outubro era, e ainda é, a festa dos Anjos da Guarda. Enquanto via a obra a que o Senhor o chamava, ouvia ao longe o repicar dos sinos da Igreja de Santa Maria dos Anjos. Aquele toque festivo nunca mais lhe saiu da memória. Era como se o enquadramento musical da alegre e abençoada novidade: para seguir Cristo de perto não é preciso morrer para o mundo; esse continuará a ser o caminho dos religiosos, dos monges e dos frades, cujo afastamento das ocupações terrenas despertará sempre os homens para as realidades eternas; mas, para o comum dos fiéis, abre-se agora um caminho próprio, o caminho do amor ao mundo, do empenho santo nas realidades temporais, comezinhas ou grandes, iguais àquelas que Jesus santificou em Nazaré” (“São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei”, da autoria do monsenhor Hugo de Azevedo, Aletheia Editores).
Instituição hierárquica composta por leigos – casados ou solteiros – e sacerdotes, tem como finalidade participar da missão evangelizadora da Igreja. Cada um no lugar em que está é convidado à santidade, algo que antes do Concílio Vaticano II era impensável e portanto constituía uma novidade.
“Tens obrigação de santificar-te. – Tu também. – Quem pensa que é tarefa exclusiva de sacerdotes e religiosos? A todos, sem excepção, disse o Senhor: ‘Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito’” (“Caminho”, 291).
Com um percurso difícil nos primeiros anos em consequência da Guerra Civil Espanhola e da 2ª Grande Guerra Mundial, o Opus Dei foi-se estendendo ao mundo com muita oração, trabalho e a graça de Deus. Em 1944 foram ordenados os primeiros sacerdotes e em 1947 foi aprovado pelo Papa Pio XII, continuando a ter o apreço de muitos Prelados, Bispos e Papas.
O seu fundador, um aragonês nascido em Barbastro, Huesca, Espanha, a 9 de Janeiro de 1902, foi um apóstolo incansável, um apaixonado por Cristo, por Maria, sempre fiel à Igreja, que não cessou de evangelizar e com um carisma invulgar teve a graça de chegar ao coração de todo o mundo e hoje está presente em 68 países.
Em 26 de Junho de 1975 partiu para o Céu, a 17 de Maio de 1992 foi beatificado. Canonizado em 6 de Outubro de 2002, na Praça de São Pedro, em Roma, ficou conhecido pelas palavras do Papa João Paulo II, como o Santo do quotidiano.
Maria de Oliveira Esteves
Professora