E o que dizer a respeito dos Anjos e Demónios?
Os anjos são uma verdade da nossa Fé.Jesus Cristo foi explícito sobre a sua existência. Ele próprio foi confortado por um anjo durante a Sua agonia (Lucas 22:43).
O número 60 do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC) – também de acordo com o Catecismo da Igreja Católica nos328-333 e nos350-351 – resume o que são e o que fazem os anjos: “Os anjos são criaturas puramente espirituais, imateriais, invisíveis, imortais e dotados de inteligência e vontade. Contemplam incessantemente Deus e glorificam-No. Servem-No e são os Seus mensageiros no cumprimento da sua missão da salvação para todos”.
Os anjos são puro espírito.“Santo Agostinho dizia: ‘Anjo é o nome do seu trabalho e não o da sua natureza. Se procurarmos um nome para a sua natureza, ele será «espírito»; se procurarmos um nome para o seu trabalho, ele será «anjo»’” (Catecismo da Igreja Católica nº 329).
Deste modo, o nome “anjo” indica o seu papel e função. A sua função é a de serem servos e mensageiros de Deus (a palavra grega αγγελος– “anjo” – significa “mensageiro”). «De entre a totalidade dos seus seres, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Porque eles sempre contemplam o rosto de Meu Pai, que está no céu (Mateus 18:10)». «São os “poderosos que fazem o seu trabalho, ouvindo a comovente vós da Sua palavra” (Salmo 103:20)» (CIC nº 329).
Tal como os seres humanos, “têm inteligência e vontade: são criaturas pessoais e imortais” (CIC nº 330). No entanto, porque são puro espírito, os anjos ultrapassam “em perfeição todas as criaturas visíveis, como o esplendor de sua glória testemunha (Papa Pio XII, ‘O Género Humano’; Lucas 20:36; Daniel 10:9-12)” (CIC nº 330).
Os anjos são infinitamente inteligentes, mais poderosos do que nós o somos.No que diz respeito à Igreja, Ela “junta-se aos anjos na adoração a Deus, invocando a sua assistência e comemora alguns deles na sua liturgia. ‘Ao lado de cada fiel está um anjo protector e seu pastor, orientando-o na vida’ (São Basílio, o Grande)” (CCIC nº 61). “Desde o seu nascimento até à morte, a vida humana é rodeada por um vigilante cuidadoso e interceptivo. Já aqui na terra, a vida Cristã partilha, pela fé, a santa companhia dos anjos e dos homens unidos em Deus” (CIC nº 336). O Papa Bento XVI ainda acrescentou que os anjos “são ministros dos cuidados divinos para cada um dos seres humanos. Desde o início da vida até ao momento da nossa morte, a vida humana está rodeada por uma protecção constante” (Ângelus – Anjo – 2 de Outubro de 2011).
Contudo, “apesar das suas excelentes qualidades, alguns anjos rebelaram-se contra Deus, apaixonando-se pela sua própria excelência. Transformaram-se no mal devido a uma decisão livre e irrevogável: rejeitar a Deus e ao Seu Reino. E assim surgiu o Inferno! Estes tentaram associar os seres humanos à sua revolta contra Deus” (CCIC nº 74). A sua influência é tão grande que os dois últimos pedidos da oração do Senhor, Jesus Cristo, instruiu-nos para que pedíssemos a Deus que não nos deixe cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Acima de tudo, é importante termos bem presente que o poder de Deus é muito maior que o mal: “No entanto, o poder de Satanás não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa pelo facto de ser puro espírito, mas, de qualquer modo, criatura: impotente para impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás exerça no mundo a sua acção, por ódio contra Deus e o seu reinado em Jesus Cristo, e embora a sua acção cause graves prejuízos – de natureza espiritual e indirectamente, também, de natureza física – a cada homem e à sociedade, essa acção é permitida pela divina Providência, que com força e suavidade dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da actividade diabólica é um grande mistério. Mas «nós sabemos que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8, 28)»” (CIC nº 395).
Pe. José Mario Mandía