«A fé liberta-nos do horror»

AFIRMOU O PAPA FRANCISCO NA AUDIÊNCIA PÚBLICA SEMANAL

«A fé liberta-nos do horror»

O Papa afirmou, no Vaticano, que a fé liberta o Ser Humano do horror da violência e da morte, durante a audiência pública semanal. «A vida que nos foi dada pelo Espírito Santo é vida eterna! A fé liberta-nos do horror de ter de admitir que tudo termina aqui, que não há redenção para o sofrimento e a injustiça que reinam soberanos na terra», referiu, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Neste âmbito, Francisco evocou as populações dos países em guerra: «Não esqueçamos a martirizada Ucrânia, a Palestina, Israel e Mianmar. Irmãos e irmãs, não esqueçamos que a guerra é sempre, sempre, uma derrota. Não nos esqueçamos disso, rezemos pela paz, lutemos pela paz».

Na mesma reflexão recordou que o Concílio Ecuménico de Constantinopla, em 381, definiu a divindade do Espírito Santo: «A definição conciliar não foi um ponto de chegada, mas de partida. E de facto, ultrapassadas as razões históricas que impediam uma afirmação mais explícita da divindade do Espírito Santo, esta será proclamada com serenidade no culto da Igreja e na sua teologia».

O Papa lembrou a divisão entre católicos e ortodoxos, sobre a proveniência do Espírito Santo, afirmando que se caminha para «uma plena aceitação mútua, como uma das principais diferenças reconciliadas». «É o amor de caminhar juntos», notou.

No final da audiência, Francisco saudou os peregrinos presentes, incluindo os grupos de língua portuguesa: «Peçamos ao Espírito Santo o dom da vida nova em Cristo, para nós e para aqueles que ainda não encontraram um sentido para as suas vidas. Deus vos abençoe».

«MÁRTIRES» DA MÁFIA

O Papa recordou, também na última quarta-feira, os mártires da Máfia, em Itália, entre os quais padres e magistrados que foram vítimas do crime organizado.

«São “verdadeiras cátedras” de justiça, convidando a teologia a contribuir, com as palavras do Evangelho, para a redenção cultural de uma zona ainda dramaticamente marcada pelo flagelo da Máfia. Não o esqueçamos», apelou o Santo Padre numa vídeo-mensagem dirigida à Faculdade Pontifícia de Teologia da Sicília, no seu 43.º aniversário.

«Fazer teologia no Mediterrâneo significa, portanto, recordar que o anúncio do Evangelho passa pelo empenho na promoção da justiça, na superação das desigualdades, na defesa das vítimas inocentes, para que o Evangelho da vida brilhe sempre e o mal seja rejeitado em todas as suas formas», acrescentou Francisco.

A mensagem, divulgada pelo Vaticano, destaca a importância do «encontro e da amizade» entre culturas e religiões no Mediterrâneo.

Dirigindo-se aos docentes e alunos da Faculdade Pontifícia de Teologia da Sicília, o Papa elencou uma série de «desafios»: o diálogo ecuménico com o Oriente; o diálogo inter-religioso com o Islão e o Judaísmo; a defesa da dignidade humana; a força cultural e social da religiosidade popular; o resgate da «dignidade cultural» do povo.

«O Mediterrâneo precisa de uma teologia viva, que cultive plenamente a sua dimensão contextual, tornando-se um apelo para todos», disse.

In ECCLESIA

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