A Fé dos números – 1

A Igreja Católica no mundo

Falámos muitas vezes aqui da Igreja Católica em vários países ou regiões. No passado, no presente, a Igreja Católica Apostólica Romana mantém-se uma vinha fecunda e activa, de trabalho e empenhamento. Uma Igreja que cresce. Analisemos os números, as evidências, as estatísticas que sustentam este desenvolvimento, o panorama da Igreja no mundo, os seus membros, as suas estruturas pastorais, as actividades no campo da saúde, da assistência, da educação. Quase dois mil anos depois, a vinha do Senhor mantém-se viçosa.

A população mundial atinge hoje, em Março de 2016, 7.400.000.000 de habitantes. Regista-se um aumento médio de 70 a 80.000.000 habitantes em relação aos anos precedentes. Um aumento que é global, pois atinge todos os continentes, em particular a Ásia (crescimento de 60 milhões por ano) e a África (de 30-35 milhões), seguidos pela América (10 milhões), Europa (3-4 milhões) e Oceânia (300-350 mil).

O número de católicos, a 31 de Dezembro de 2013 (últimos valores estatísticos absolutos) era cerca de 1.253.926.000, com um aumento de 25 milhões em relação ao ano precedente, ou seja, 2012. O maior aumento foi registado na América (mais 6,45 milhões) e em África (mais 5 milhões), seguido pela Ásia (mais 2,5 milhões) e pela Europa (mais 1,2 milhões). Na Oceânia, a tendência de crescimento foi mais branda (mais 76 mil). A percentagem total de católicos no mundo aumentou em 0,19%, chegando à cifra de 17,68% da população mundial.

O número de habitantes por sacerdote aumentou também este ano em 180 novos padres, chegando a um total de 13.752 (habitantes/sacerdote). Os principais aumentos foram verificados na América, Europa e Oceânia, com diminuição em África e na Ásia. Por seu turno, o número de católicos por presbítero registou um aumento de 54 unidades, chegando ao valor de 3.019 (habitantes católicos/sacerdote). Também têm sido registados aumentos na América, Europa e Oceânia, a par de diminuição na Ásia e em África, onde o crescimento da população católica é maior.

No que concerne à organização da Igreja Católica, a avaliação poderá ser efectuada tendo em conta as Circunscrições Eclesiásticas. Estas são 8 a mais em 2013, em relação ao ano anterior, atingindo-se as 2.989, com novas unidades criadas em África, América, Ásia, Europa e Oceânia. As estações missionárias com sacerdote residente são 1.871 e registam aumentos em África, Ásia e Oceânia, a par de uma diminuição na América e Europa. Já as estações missionárias sem sacerdote residente são mais 3.074 no último estudo estatístico concreto, atingindo o número de 133.869 unidades. África, América, Ásia e Oceânia são os continentes onde se registou aumento, verificando-se apenas diminuição na Europa.

 

Composição da Igreja

Comecemos pelos cardeais, actualmente (2016) 216 cardeais, dos quais 117 eleitores (com menos de oitenta anos) e 99 não eleitores: 9 cardeais-bispos (1 eleitor), 166 cardeais-presbíteros (92 eleitores) e 41 cardeais-diáconos (24 eleitores). No que toca aos bispos, nos dados de 2013 registaram-se 40 novos em todo o mundo, totalizando 5.173 (eram 5.104 em 2010). Contrariando uma tendência anterior dos últimos anos – de aumento de bispos diocesanos e diminuição dos religiosos – em 2013 o aumento registou-se em ambas as “categorias”. Os bispos diocesanos são 3.945 (aumentou em todos continentes, excepto Oceânia), enquanto os bispos religiosos são 1.228 (idem).

O número total de sacerdotes no mundo aumentou, em 2013, em 1.035 em relação ao ano anterior, atingindo os 415.348. A maior diminuição foi na Europa, seguida pela Oceânia. África, América e Ásia registaram um aumento no número de presbíteros. Os sacerdotes diocesanos em todo o mundo aumentaram em 971, chegando a um total de 280.532, com aumentos em África, América, Ásia e Oceânia e diminuição na Europa. Contabilizaram-se mais 64 novos sacerdotes religiosos, chegando-se aos 134.816, consolidando a tendência dos últimos anos – crescimento em África e na Ásia e diminuição na América, Europa e Oceânia.

Os diáconos permanentes no mundo aumentaram em 1.091, atingindo 43.195 em 2013. O maior aumento foi na América e na Europa, seguido pela África, Ásia e Oceânia. Há assim 42.650 diáconos permanentes diocesanos no mundo, com um aumento total (todos os continentes) de 1.084. Os seus homólogos religiosos são 545, com aumento de 7 – verificados em África, América e Oceânia. Há uma diminuição na Ásia e Europa.

Os religiosos não sacerdotes diminuíram em 61, contrariando os últimos anos, chegando a 55.253. Os aumentos foram registados na América, Ásia e Oceânia e a diminuição em África e na Europa. Na última estatística oficial (2013) confirmou-se também a tendência de diminuição global das religiosas, com menos 8.954, totalizando 693.575. Aumentos só foram registados em África e na Ásia; diminuições na América, Europa e Oceânia.

 

Formação

Neste aspecto, os seminaristas maiores, diocesanos e religiosos diminuíram globalmente em 1.800, totalizando, na última avaliação (31 Dezembro de 2013) 118.251. Só se registaram aumentos em África, perante diminuição na América, Ásia, Europa e Oceânia. Foram contabilizados 71.537 seminaristas maiores diocesanos e os 46.714 religiosos. Para os seminaristas diocesanos os aumentos reportam-se a África e à Ásia, contra uma diminuição na América, Europa e Oceânia. Por sua vez, os seminaristas maiores religiosos diminuíram em todos os continentes. Todavia, em ambas as categorias, a renovação dos ministérios ordenados não está posta em causa.

Na etapa formativa abaixo desta, a dos seminaristas menores, diocesanos e religiosos, apurou-se uma diminuição de 775, totalizando-se 101.928. Aumento só na América, Ásia e, curiosamente, na Oceânia, enquanto diminuíram em África – estranhamente – e Europa, onde é uma tendência antiga. Os seminaristas menores diocesanos nessa última contagem absoluta eram 78.556 e os religiosos 23.372. Para os seminaristas diocesanos a diminuição ocorre em todos os continentes, com excepção da Ásia. Os seminaristas menores religiosos, pelo contrário, estão em crescimento em África, América e Oceânia, enquanto diminuem na Ásia e Europa.

(continua)

Vítor Teixeira 

Universidade Católica Portuguesa

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