1.º DE MAIO, DIA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO

1.º DE MAIO, DIA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO

Aquele que escuta Deus

Junto à porta do quarto 201 da Casa de Santa Marta, o quarto do Papa Francisco, dorme um São José de madeira, em cima de uma mesa. Entalados, por baixo, estão os muitos bilhetinhos que o Papa lhe escreve. Toda a gente sabe que o Papa Francisco tem uma confiança total em Nossa Senhora e em São José. O entusiasmo acabou por contagiar toda a casa, dos monsenhores aos guardas suíços. Um dos colaboradores conta que o Papa lhe disse: «– Sabes, é preciso ter paciência com estes carpinteiros, dizem que fazem um móvel em duas semanas, e depois demoram um mês. Mas fazem-no e trabalham bem! É preciso é ter paciência…».

A imagem mede quarenta centímetros e foi das poucas coisas que o Papa mandou vir de Buenos Aires. Aparentemente, São José dorme, mas a imagem representa uma outra actividade, relatada no Evangelho: Mais do que dormir, São José escuta a voz de Deus durante a noite e dispõe-se a cumpri-la. É isso que interessa ao Papa. Aliás, para uma figura que dorme, a imagem não pára quieta na sua mesa. Às vezes, quando o trabalho de São José aperta, isto é, quando o número de bilhetinhos aumenta, a estátua fica empoleirada num monte de papelada – o Santo Padre dá muito trabalho a São José.

Bento XVI tinha decidido introduzir em todas as orações eucarísticas uma referência a São José, logo a seguir à invocação de Nossa Senhora, mas preferiu deixar esta iniciativa para o seu sucessor concretizar. O Papa Francisco não perdeu tempo a confirmar a decisão e a implementá-la. O seu pontificado iniciou-se precisamente no dia 19 de Março, em 2013, e o sucessor de Bento XVI apresentou então São José como «guardião, porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela Sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos».

A 19 Junho de 2013, o nome de São José foi inserido nas Orações Eucarísticas II, III e IV do Missal Romano através de um decreto emitido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. A decisão de acrescentar esta referência na principal oração da celebração da missa justifica-se, de acordo com a Santa Sé, “pelo seu lugar singular na economia da salvação como pai de Jesus”.

“São José de Nazaré, colocado à frente da Família do Senhor, contribuiu generosamente na missão recebida na graça e, aderindo plenamente ao início dos mistérios da salvação humana, tornou-se modelo exemplar de generosa humildade, que os cristãos têm em grande estima, testemunhando aquela virtude comum, humana e simples, sempre necessária para que os homens sejam bons e fiéis seguidores de Cristo”.

São José sempre foi apresentado como símbolo e exemplo de pai e de trabalhador, estando por isso associado à celebração do Dia do Pai, 19 de Março. Em 1870 foi declarado patrono da Igreja universal por Pio IX e, em 1955, Pio XII instituiu a festa em que é homenageado como São José Operário no dia 1 de Maio.

Susana Mexia 

 Professora

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