Thomas Gass, Secretário-Geral Adjunto das Nações Unidas, sobre a Encíclica Laudato Si

Contrato com os povos.

O secretário-geral adjunto para a Coordenação de Políticas e Assuntos Inter-Agências das Nações Unidas, Thomas Gass, reconheceu, na passada terça-feira, a importância e o contributo da encíclica Laudato Si para sensibilizar os líderes mundiais quanto às questões das alterações climáticas e do desenvolvimento sustentável global.

«A Laudato Si teve uma contribuição e um impulso importante em 2015 para a convergência da comunidade [internacional].

Segundo a História da Humanidade, umas vezes trabalhamos em conjunto, mas outras vezes não gostamos de o fazer. E 2015 foi um ano importante para estarmos todos juntos, por forma a olharmos para o interesse e para o bem comum, em parte devido à contribuição da Laudato Si, mas também ao Acordo de Paris e à Agenda 2030», disse a’O CLARIM aquele responsável, à margem do 5º Fórum Internacional para a Energia Limpa, realizado no Sands Cotai Central.

Lembrou que «a 21 de Setembro do ano passado, quando os líderes de 193 países adoptaram a Agenda 2030 e os objectivos do desenvolvimento sustentável, já o Papa Francisco tinha ido à Assembleia-geral» das Nações Unidas, onde «falou para todos», tendo «de certa forma, num momento muito, muito importante, proclamado junto dos líderes mundiais uma espécie de contrato social com os povos», também com os não cristãos, dado que «a Laudato Si não é apenas para os cristãos».

Já quanto a Donald Trump, desvalorizou a possibilidade de rejeitar o Acordo de Paris após tomar posse no cargo de Presidente dos Estados Unidos. «Durante os últimos oito anos tivemos esta convergência e construímos uma estrutura verdadeiramente sólida, inclusivamente com o apoio da Laudato Si. Sempre soubemos que as divergências seriam postas à prova nesta estrutura», sublinhou Thomas Gass.

«Agora é tempo de testarmos o quanto forte é o nosso compromisso. Sabemos que alguns líderes de países têm dúvidas, mas o mais importante é agarrá-los pelo braço, lembrando o que todos acordámos em conjunto de modo a seguirmos em frente», frisou.

Por outro lado, elogiou o posicionamento da República Popular da China. «Esta liderança chinesa vai ser absolutamente crucial para seguirmos em frente, talvez também para trazer os Estados Unidos pelo braço, por forma a não desistirmos e trabalharmos em conjunto, [pois] temos um acordo bastante forte e uma visão positiva de um futuro em comum, o qual é preciso trilhar, em vez de desistirmos dele», vincou.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

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