Turistas não “travam” ausência de locais.
A restauração tradicional portuguesa tem estado em queda este Verão, apurou O CLARIM junto de Nelson Rocha, sócio-gerente do “Mariazinha”, e de José Lúcio de Almeida, administrador e sócio-gerente de “A Petisqueira”.
Para Nelson Rocha, o abrandamento acontece porque os clientes do “Mariazinha” «são maioritariamente portugueses ou macaenses», facto que tem contribuído para realçar a componente económica. «Por um lado, as pessoas vão de férias e querem poupar um bocadinho. Por outro, porque vão de férias para Portugal e não sentem aquela necessidade de comer comida portuguesa antes de viajarem, ou até algum tempo depois de regressarem».
«Acredito que outros restaurantes de Macau não sofram com isso, pois têm turistas o ano inteiro. Como trabalhamos mais com clientela local talvez sejamos mais afectados», frisou Nelson Rocha, acrescentando: «Em contrapartida, é engraçado ver que nesta altura do ano – Junho, Julho e Agosto – temos mais estrangeiros, entre os quais alguns coreanos e japoneses».
Segundo José Lúcio de Almeida, a restauração tradicional regista uma diminuição de clientela na sua globalidade, algo que «não é devido ao turismo em si, mas sim por causa de alguns factores económicos». Notando que «a alimentação começou a ficar muito cara em Macau», sublinhou que «os residentes começam a ir mais para a China continental», enquanto que «quem é de Hong Kong passou a conter os gastos» devido aos preços praticados na RAEM.
Referiu também que «há uma descida no número de estrangeiros que procuram os restaurantes em Macau», sendo esta «uma época em que muita gente vai de férias», outros dois factores que – no seu entender – estão a contribuir para o abrandamento no sector.
P.D.O.