DIA PAROQUIAL DE SÃO LÁZARO CONTARÁ APENAS COM MISSA SOLENE
A tradicional Procissão de São Roque, que celebra a intervenção do protector contra a Peste, que também afectou Macau, não vai este ano percorrer as ruas da paróquia de São Lázaro devido a uma nova pandemia, a do Covid-19.
Previsto para o segundo Domingo de Julho, o cortejo não foi cancelado, mas o andor do padroeiro dos inválidos e dos cirurgiões vai ficar-se pelo adro da igreja, disse o padre João Lau a’O CLARIM. «A Procissão de São Roque, nesta zona, não a vamos cancelar, mas vamos fazer uma procissão mais curta. Não vamos andar pelas ruas, vamos ficar pelo adro à frente da igreja e dar uma volta ao adro, para manter a tradição», explicou o actual responsável pela paróquia de São Lázaro.
A exemplo do que sucede com os demais templos católicos do território, a igreja de São Lázaro volta no Domingo a abrir as portas aos fiéis, ao fim de quase três meses em que as missas dominicais foram celebradas sem fiéis. A reabertura das igrejas aos devotos é saudada pelo padre João Lau, mas o impacto do novo coronavírus vai continuar a fazer-se sentir, advertiu o sacerdote: «Na minha opinião, em Macau as pessoas não têm assim tanto receio porque não há ninguém que saia à rua sem máscaras e as pessoas mantêm uma certa distância. Agem de forma cautelosa».
O surto epidémico deverá, no entanto, continuar a limitar algumas das actividades habitualmente promovidas pela Paróquia. Para além da Procissão de São Roque, também a celebração do Dia Paroquial, agendada para 31 de Maio, vai ser afectada. «Esta tradição foi criada pelos paroquianos há muitos anos, em honra de Nossa Senhora, no mês de Maio. No último dia de Maio era organizada uma grande festa solene, que contava também com procissão. Depois do “1,2,3” esta procissão foi cancelada, mas a Paróquia manteve a festa e um convívio paroquial num restaurante», referiu o padre João Lau, salvaguardando que «este ano só se irá celebrar a Missa Solene. Vamos cancelar o convívio paroquial previsto para o restaurante».
Para além de obrigar ao encerramento das igrejas, a pandemia do Covid-19 forçou os sacerdotes locais a reinventarem-se e o padre João Lau não se prefigurou uma excepção. «Uma coisa que tenho feito por iniciativa pessoal desde o início da Quaresma, do dia de Quarta-feira de cinzas, é publicar todos os dias um pequeno texto na Internet», revelou. «Tenho um livro, publicado no Brasil, chamado “Na Verdade, o Senhor Ressuscitou”. É uma “lectio divina” para todo o ano, para todos os dias da semana, tirando os Domingos. O que tenho feito é traduzir e adaptar para Chinês e publico todos os dias um pequeno texto no Facebook da Paróquia. É uma outra forma de chegar aos fiéis», reconheceu o pároco da igreja de São Lázaro.
Marco Carvalho
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