Escuteiros lusófonos com sangue novo e esperança reforçada
O GELMac – Grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau assinala amanhã o arranque do novo ano escutista com cerca de uma dezena de novos elementos e um ambicioso plano de actividades. Entre elas está a dinamização de acções de intercâmbio com movimentos congéneres de países e regiões, como Portugal, Tailândia, Hong Kong e Taiwan. Está também prevista a deslocação de Portugal à RAEM de uma delegação de formadores do Corpo Nacional de Escutas.
A abertura do novo ano decorre, como habitualmente, nos Jardins do Carmo, na ilha da Taipa, e conta já com a presença dos novos elementos do agrupamento, afiliado ao Corpo Nacional de Escutas português. Pela primeira vez, desde que foi decretado o fim da pandemia de Covid-19, o GELMac – Grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau abriu inscrições para a primeira secção, os Lobitos. A medida foi acolhida com entusiasmo e ainda mais interesse por parte da comunidade, o que obrigou a conduzir um processo de selecção. Foram admitidos cerca de doze novos elementos.
«Continuamos com muitos interessados, continuamos com muitas inscrições. Acontece que no ano transacto houve alguns Lobitos que transitaram para os Exploradores e isso permitiu-nos disponibilizar algumas vagas este ano. Como tal, vamos ter novos elementos que foram admitidos nos Lobitos», explicou Nelson António, chefe de agrupamento do GELMac, em declarações a’O CLARIM.
No total, o agrupamento admitiu quase duas dezenas de candidatos, distribuídos pelas três secções que engloba. A partir de agora deverá contar, no ano escutista de 2024/2025, com oitenta escuteiros, a que acresce uma equipa de dirigentes que foi reforçada com três novos efectivos. «Neste momento, temos cerca de oitenta escuteiros. Registou-se um acréscimo ligeiro quer no número de escuteiros, quer também no número de adultos, o que nos deixa muito felizes», reconheceu Nelson António. «No decorrer do ano transacto, entraram três novos elementos – são três adultos que estão a colaborar nas várias secções e que em breve irão iniciar a sua formação», complementou.
O processo de preparação dos novos dirigentes deve, de resto, dar o mote ao restabelecimento das relações com o Corpo Nacional de Escutas, depois de quase quatro anos em que a pandemia impediu um contacto mais próximo com o movimento escutista católico português. O CNE deve enviar a Macau uma delegação de formadores antes ainda do final do ano escutista que amanhã se inicia para ajudar a preparar os novos dirigentes. «O Corpo Nacional de Escutas é o responsável pelas acções de formação. Fizemos contactos com a Junta Central do CNE no sentido de assegurar a vinda a Macau de um grupo de formação. O CNE vai, em princípio, enviar esses formadores no decorrer deste ano escutista. Estamos a contar que essa formação seja mais direccionada para os novos elementos, ainda que seja também uma oportunidade para os actuais dirigentes», assumiu Nelson António. «Como temos agora novos elementos, convém que essa equipa venha a Macau, porque vai permitir a preparação destes efectivos e fortalecer o grupo de dirigentes do GELMac», acentuou.
CRIAR LAÇOS LÁ FORA
O regresso de representantes do Corpo Nacional de Escutas a Macau ainda não tem data definida, mas os responsáveis pelo Grupo de Escuteiros Lusófonos esperam que se possa materializar no primeiro semestre de 2025. O relançamento das relações com o CNE é um dos pontos de maior destaque de um plano de actividades que enfatiza o fortalecimento do intercâmbio internacional, em colaboração com agrupamentos de países e territórios como, por exemplo, Tailândia, Hong Kong e Taiwan.
Entre 10 e 13 de Outubro, dezanove Exploradores, acompanhados por seis adultos, rumam à zona centro de Taiwan, para uma actividade de descoberta e partilha na região do Lago Sol-Lua (Sun Moon Lake, em Inglês), conduzida em colaboração com um agrupamento local de escuteiros. «Em relação ao plano de actividades para o novo ano, temos uma primeira novidade que decorre já agora, em Outubro. Vamos ter uma actividade de intercâmbio com escuteiros de Taiwan, que prevê a deslocação a Taiwan de um grupo de 25 participantes. Este abrange dezanove escuteiros e seis adultos, entre os quais está o nosso assistente, o padre Daniel Ribeiro», revelou Nelson António.«O padre Daniel vai acompanhar-nos nesta actividade, até porque irá decorrer na zona do Lago Sol-Lua, na região central de Taiwan, onde existe uma comunidade católica significativa. Este é um dos motivos pelos quais o nosso assistente nos vai acompanhar. O padre Daniel vai ajudar-nos com as nossas actividades, mas esta iniciativa proporciona também o encontro com a comunidade católica daquela região», sublinhou o dirigente.
A deslocação à Formosa proporciona aos Exploradores – jovens com idades compreendidas entre os dez e os treze anos – a oportunidade de um contacto mais próximo com a Natureza, numa zona célebre pela sua beleza natural. É, precisamente, um maior envolvimento com o ambiente que o GELMac tenciona promover na próxima Primavera, com o regresso ao Norte da Tailândia. Estão a ser encetados contactos com o movimento escutista tailandês para levar um grupo de Exploradores e Pioneiros a Chiang Mai, no mês de Abril. «Para a Páscoa estamos também a programar uma deslocação à Tailândia, a Chiang Mai, mais concretamente. Encetámos contactos com os escuteiros locais para conduzirmos uma outra actividade deste género em Chiang Mai. Neste caso concreto, a iniciativa seria direccionada para Exploradores e Pioneiros», explicou o chefe do GELMac. «Caso se concretize esta actividade em Chiang Mai, será para nós um regresso. Já promovemos há uns anos uma actividade no Norte da Tailândia, que correu muito bem e que contou com o acompanhamento dos escuteiros católicos tailandeses. Foi uma experiência muito interessante, que agora queremos repetir», disse.
Como não há duas sem três, Hong Kong deve este ano ser o palco da quarta edição das Olimpíadas de Praia do GELMac. Depois das três primeiras edições do certame – que abrange modalidades como o futebol, o râguebi e o voleibol – se terem realizado no areal de Hac Sa, a iniciativa deverá estrear-se em Hong Kong, com a participação de equipas em representação de vários agrupamentos locais.
Marco Carvalho