Perspectivas para 2015

Luiz Oliveira Dias

Anabela Ritchie

Um Governo mais responsável

O CLARIM falou com Paul Pun, Anabela Ritchie e Luiz Oliveira Dias sobre o que perspectivam para Macau em 2015. No rol de inúmeros desejos esperam, acima de tudo, um Governo mais responsável.

O secretário-geral da Cáritas, Paul Pun, disse a’O CLARIM que o Governo de Macau deve estar preparado para servir o comum cidadão de forma adequada e proteger os direitos dos trabalhadores migrantes, apontando neste caso o «grande problema» subjacente à mão-de-obra importada que recebe um «salário muito baixo», mais concretamente «as trabalhadoras domésticas».

Outras duas prioridades vão para a melhoria do sistema de habitação pública, através da construção de mais e melhor habitação social e económica, e para o aperfeiçoamento dos serviços públicos, com pessoal competente e adequada eficiência.

No entender do secretário-geral da Cáritas, a diversificação é essencial para a vitalidade económica da RAEM, por isso a distribuição dos recursos deverá acontecer de forma adequada para contrariar a forte dependência que o território tem da indústria do Jogo.

Paul Pun escusou-se, «por enquanto», a comentar o sector da Saúde, porque «Alexis Tam [secretário para os Assuntos Sociais e Cultura] já deixou a garantia de vir a implementar consideráveis melhorias», por isso «é ver primeiro o que irá fazer».

Para Anabela Ritchie, «depois da quadra natalícia, da época do fim de ano e do início de 2015, o tempo é de revisão, mas também de expectativas, de desejos e, sobretudo, de esperança, quer para a vida pessoal de cada um, quer para a vida comunitária», razão pela qual mostrou ter a «clara consciência que uma fase da História de Macau está a acabar e em breve dealbará um novo ciclo».

«Como muitas pessoas nesta terra, desejo que as condições de sucesso, que reconhecemos existirem, se venham a cumprir e haja dinamismo, energia e entusiasmo para enfrentarem os desafios com coragem, determinação e competência para tomarem as decisões necessárias que Macau carece», explicou a ex-presidente da Assembleia Legislativa, em alusão ao que perspectiva para novo Executivo da RAEM, que tomou posse no passado dia 20 de Dezembro.

Apesar de «um homem só não conseguir fazer tudo, mesmo com grande capacidade de liderança», salientou que «uma equipa bem coordenada, e a olhar na mesma direcção», consegue «definir objectivos e escolher as estratégias apropriadas».

A liderança deve ser «para que o enorme crescimento de Macau seja sinónimo de desenvolvimento, o que, como muitos pensamos, nem sempre tem sido assim».

Nesse sentido, frisou a «urgência em resolver os problemas que directamente afectam a população – os quais, grosso modo, estão identificados – pondo fim ou reduzindo desigualdades, carências, assimetrias e contradições».

 

Vontade

O antigo presidente do Instituto Politécnico de Macau, Luiz Oliveira Dias, fez «votos para que o novo Executivo comece a funcionar rapidamente», porque «vencida a paralisia do Governo anterior nos últimos meses do seu mandato, saiba o actual – e sobretudo queira – enfrentar com competência, honestidade e vontade política, os maiores problemas que afectam a qualidade de vida da população».

«Caso exista a tal vontade política, acredito que, dos novos secretários que de alguma forma conheço, vão querer resolver os principais problemas que, como toda a gente sabe, são a qualidade dos serviços de Saúde, a subida massacrante das rendas de casa e a vergonha dos transportes públicos», vincou Oliveira Dias.

Sublinhando que «o doutor Alexis Tam e o engenheiro Raimundo do Rosário vão ser postos à prova», acrescentou que «a subida galopante da inflação tem corroído grandemente a vida dos cidadãos».

Embora admitindo que «não vai ser fácil sufocar-lhe as causas, entre as quais, como é sabido, por causa do monopólio das importações dos produtos de primeira necessidade», questionou: «Terá [o secretário para a Economia e Finanças] Leonel Leong capacidade para o fazer?».

Finalmente, sobre a nova secretária para a Administração e Justiça confessou que nada sabe, «a não ser a infeliz interpretação que deu e assinou no caso do tal referendo que não era um referendo». Mesmo assim, fez «votos para que saiba desempenhar a sua função com a mesma competência e seriedade da sua antecessora». Idem, idem, aspas, aspas, «relativamente ao novo secretário para a Segurança».

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

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