Menino Jesus de Praga

NEM A CORTINA DE FERRO DESTRUIU A DEVOÇÃO MUNDIAL À IMAGEM

Menino Jesus de Praga é adorado em Macau todos os meses

A igreja de São Domingos presta actualmente devoção a Nossa Senhora de Fátima, no dia 13 de cada mês, e ao Menino Jesus de Praga, também todos os meses, no dia 25. As devoções têm início às 16 horas e 30 com a oração do Terço, sendo celebrada missa pelas 17 horas, independentemente do dia da semana.

Depois de já este mês a igreja de São Domingos ter prestado devoção a Nossa Senhora de Fátima no passado dia 13 de Maio – houve procissão até à capela da Penha, assinalou-se o 102º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos na Cova da Iria e o segundo aniversário da canonização de Jacinta e Francisco Marto –, no último sábado teve lugar a devoção ao Menino Jesus de Praga.

À hora da oração do Terço ainda não se encontravam muitos fiéis na igreja – o silêncio contrastava com a azáfama dos turistas no Largo de São Domingos –, mas à medida que se aproximava a hora da missa (antecipada) os crentes iam chegando, na sua maioria falantes de língua portuguesa. A Eucaristia foi celebrada pelo padre João Eleutério.

As mensagens da Primeira Leitura (Actos 15, 1-2. 22-29) – «O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são indispensáveis: abster-se da carne imolada aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das relações imorais. Procedereis bem, evitando tudo isso» – e da Segunda Leitura (Apocalipse 21, 10-14. 22-23) – «Na cidade não vi nenhum templo, porque o seu templo é o Senhor Deus omnipotente e o Cordeiro. A cidade [de Jerusalém]não precisa da luz do sol nem da lua, porque a glória de Deus a ilumina e a sua lâmpada é o Cordeiro» – foram justificadas pela revelação feita no Evangelho de São João (14, 23-29): «Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará. Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada”».

Na homilia, o padre João Eleutério incentivou os fiéis a encontrarem Deus no seu interior e a procederem de forma correcta nas acções do dia-a-dia.

Antes da Benção Final, o sacerdote proferiu a Oração ao Menino Jesus de Praga: “Ó Menino Jesus, eu recorro a Vós. Eu Vos peço pela Vossa Santa Mãe, assisti-me nesta necessidade (pede-se a graça) porque eu creio firmemente que a Vossa Divindade me pode socorrer. Espero confiadamente obter a Vossa Santa graça. Eu Vos amo de todo o meu coração e com todas as forças da minha alma. Arrependo-me sinceramente dos meus pecados e Vos suplico, Ó Bom Jesus, que me deis força para triunfar deles. Tomo a resolução de nunca mais Vos ofender e venho oferecer-me a Vós na disposição de sofrer tudo antes que desagradar-Vos. Quero servir-Vos daqui por diante com fidelidade. Por amor de Vós, Ó Divino Jesus, amarei o meu próximo como a mim mesmo. Menino cheio de poder, Ó Jesus, eu Vos peço de novo, ajudai-me nesta circunstância (nomeá-la) e fazei-me a graça de Vos possuir eternamente no Céu com Maria e José, e de Vos adorar para sempre com os Anjos e Santos, Amém [de seguida rezam-se três Ave Marias]. Divino Menino Jesus, abençoai-nos”.

A imagem original do Menino Jesus de Praga encontra-se na igreja de Nossa Senhora Vitoriosa, na capital da República Checa. A sua devoção está relacionada com inúmeras lendas e milagres ocorridos no Leste da Europa.

Para além do Menino Jesus de Praga, há pelo menos três outras imagens de Jesus menino que têm marcado a tradição católica. São elas, o Santo Niño de Cebú (Santo Menino de Cebu) – levado para as Filipinas por Fernão de Magalhães, em 1521 –; o Bambino Gesu di Aracoeli (Menino Jesus de Aracoeli) – a imagem foi roubada em 1994, tendo os responsáveis da basílica de Santa Maria em Aracoeli (Roma) encomendado uma cópia, cuja coroa é a original –; e o l’Enfant Jesus de Malines (Menino Jesus de Malines – Flandres) – integra a acervo do Museu do Louvre, em Paris.

José Miguel Encarnação

 

A história da imagem

A imagem do Menino Jesus de Praga é uma das mais populares no mundo cristão. No entanto, poucas pessoas conhecem a sua origem.

A maioria dos historiadores acredita que a imagem original tenha sido esculpida em Espanha, talvez no ano de 1340, num mosteiro cisterciense. Algumas tradições afirmam que um monge teve uma visão do Menino Jesus e criou uma estatueta à sua semelhança.

A escultura permaneceu em Espanha por vários séculos. Acredita-se que no século XVI Santa Teresa de Ávila a tivesse em sua posse. Seja como for, a imagem encontrou o caminho para Praga durante o reinado da dinastia de Habsburgo, em 1556. Na época, a escultura foi doada por Isabella Manrique, como presente de casamento, à sua filha Marie Manrique, que viria a casar com Vratislav de Pernstyn. Já Isabella Manrique a terá recebido das mãos de Santa Teresa de Ávila.

Em 1628 a imagem foi doada a um mosteiro carmelita pela princesa Polyxena von Lobkowicz, a qual terá afirmado: «Eu vos entrego o meu maior objecto de valor. Mantenham a devoção a esta imagem e não passarão dificuldades».

Logo após este episódio, a cidade de Praga foi invadida e a estatueta quase desaparecia para sempre. Por sorte, um padre encontrou-a no meio dos escombros de uma igreja e colocou-a num oratório. Ao limpar a escultura, o sacerdote ouviu o Menino dizer-lhe: “Tenha piedade de mim e eu terei piedade de vós. Devolva-me as minhas mãos e eu lhe darei a paz. Quanto mais me honrar, mais eu o abençoarei”.

Perante a dificuldade em angariar dinheiro para consertar a imagem, o Menino voltou a falar ao padre: “Coloque-me perto da entrada da sacristia e receberá ajuda”. Foi então que milagrosamente apareceu o dinheiro necessário e a escultura foi restaurada.

Desde aquela época até aos dias de hoje o número de peregrinos à imagem não pára de aumentar, bem como relatos de milagres atribuídos ao Menino Jesus de Praga. A imagem é das mais reproduzidas e divulgadas em todo o mundo, sendo muito popular em Portugal, Espanha, Irlanda, Polónia, Filipinas e América do Sul.

In Aleteia

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