Macau participa nos “Special Olympics”de Los Angeles

Convívio, reconhecimento… e medalhas

Os Jogos Mundiais de Verão do “Special Olympics”, com início a 25 de Julho, vão contar com a maior representação de sempre da RAEM. A chefe-adjunta da comitiva, Ada Lo, falou, em declarações a’O CLARIM, sobre a conquista de medalhas, o trabalho desenvolvido pelos atletas, o espírito subjacente ao evento e o exemplo dado pelo Poder Central e pelo Governo de Macau. Paul Pun, líder da delegação, realçou a oportunidade de partilhar experiências com pessoas provenientes dos quatro cantos do mundo.

A RAEM vai participar na 14ª edição dos Jogos Mundiais de Verão do “Special Olympics” com a maior delegação de sempre, composta por 112 membros, entre atletas, treinadores, dirigentes e pessoal de apoio. A competição decorre em Los Angeles (Estados Unidos) entre os dias 25 de Julho e 2 de Agosto.

«Vamos participar com 78 atletas em oito modalidades: natação, bowling, ténis de mesa, badminton, atletismo, golfe, boccia e canoagem. No total, 64 têm deficiência intelectual e os restantes 14 são atletas normais que vão competir nas equipas da selecção, uma novidade implementada nesta edição», disse Ada Lo.

«Nem todos vão conseguir uma medalha de ouro, mas como no passado obtivemos muito bons resultados esperamos atingir o mesmo nível competitivo em Los Angeles», acrescentou a presidente do Conselho Executivo do “Macau Special Olympics”, ao lembrar a prestação na edição de há quatro anos em Atenas, onde a RAEM participou com 38 atletas e conquistou 15 medalhas de ouro, 18 de prata e nove de bronze.

«A nossa participação é baseada no trabalho desenvolvido ao longo do tempo, com treinos duas ou três vezes por semana, sendo escolhidos os mais assíduos, os que tiveram melhores níveis de destreza ou os que apresentaram maior margem de progressão. A presença em Los Angeles é o culminar de todo este trabalho pelo qual se empenharam», salientou a também chefe-adjunta da delegação.

«Vão ter as mesmas oportunidades de competirem com atletas de todo o mundo. Vão conviver e ser alvo de grande visibilidade e respeito, que normalmente não têm na vida diária. Será como uma grande família que se volta a encontrar», referiu Ada Lo, acerca dos repetentes nos Jogos Mundiais, enquanto para os estreantes «será também uma nova experiência».

A questão dos apoios é sempre uma dor de cabeça para muitas entidades desportivas do território. O “Macau Special Olympics” não foge à regra. «É preciso um grande esforço da nossa associação para reunirmos os apoios suficientes. Obtivemos apoio parcial do Instituto do Desporto e também da Air Macau e do City of Dreams. Precisamos de mais alguma verba, porque já prometemos aos atletas que eles vão participar nesta competição, por isso estamos a envidar todos os esforços possíveis para concretizarmos os nossos objectivos», frisou.

Em Los Angeles são esperados cerca de sete mil atletas e três mil treinadores, em representação de mais de 170 países e territórios. A organização conta com cerca de 30 mil voluntários e antecipa uma afluência de 500 mil espectadores.

 

Mudança de mentalidade

Ada Lo disse ter a percepção que a sociedade de Macau tem vindo a mudar a sua mentalidade em relação às pessoas com necessidades especiais, porque o exemplo está vir de cima. «Para ser sincera, em comparação com há cinco anos, estão a ser melhor aceites, o que se deve à mudança de estratégia do Poder Central e também do Governo da RAEM, que têm implementado muitas medidas para que haja melhor ambiente em torno das pessoas com necessidades especiais», explicou.

Algumas empresas do sector privado também estão a desempenhar um importante papel ao nível da responsabilidade social. «Em Macau, onde há falta de mão-de-obra, tem havido oportunidade de colaborarmos com algumas empresas, tais como a CEM, a Sands China e o City of Dreams, que contratam os nossos atletas, inicialmente por um pequeno período de tempo, depois por maior duração», descreveu.

 

Paul Pun chefia a delegação

O chefe da delegação, Paul Pun, honrado por integrar a comitiva nos Jogos Mundiais de Los Angeles, não esqueceu o seu antecessor. «É uma honra para mim ter a oportunidade de integrar a comitiva de Macau. Antigamente o chefe da delegação era o superior jesuíta, padre Luís Ruiz. Desde a sua partida, em Julho de 2011, assumi a liderança da delegação», lembrou a’O CLARIM.

«Depois de um ano inteiro de treino e prática desportiva, a participação nos Jogos Mundiais dá-lhes a oportunidade de competirem e de partilharem a alegria com outros atletas provenientes de outras partes do mundo» sintetizou o também director-geral da Cáritas, em alusão a quem vai defender as cores da selecção da Flor de Lótus.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

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