Jornalista Jorge Silva fala sobre o fim político do Presidente de Angola

Mais vale tarde…

O jornalista da TDM Jorge Silva, disse a’O CLARIM que o anúncio do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, de se retirar da vida política activa em 2018 já vem tarde, e elegeu o vice-Presidente, Manuel Vicente, como o seu mais provável sucessor à frente dos destinos do País.

«Parece que no passado não muito distante José Eduardo dos Santos anunciou a possibilidade de se retirar. Agora voltou a fazê-lo com mais veemência. Penso que se devia ter retirado há muito mais tempo, porque já está no poder há 36 anos.

Mesmo que eleito democraticamente, o que se passa em Angola é uma espécie de ditadura», salientou o editor e apresentador do telejornal do Canal Macau, que viveu em Moçâmedes (actual Namibe) e Luanda, entre os quatro e os quinze anos de idade.

«Depois da morte de [Jonas] Savimbi, Eduardo dos Santos prometeu uma nova era de desenvolvimento económico em Angola e isso não aconteceu», explicou, acrescentando: «houve algum, é certo, mas Angola devia ter dado passos gigantescos de desenvolvimento económico quando a cotação do petróleo estava em alta, e não deu».

No seu entender, «o que houve foi um aumento da repressão política, como confirma o caso de Luaty Beirão, a liberdade de Imprensa é cada vez menor e há suspeitas permanentes de corrupção envolvendo figuras políticas do regime e também da família Eduardo dos Santos».

«Dizia-se que iria passar o Poder a um dos filhos. Julgo que poderá ser Manuel Vicente, que até estará envolvido num alegado caso de corrupção. Parece ser a pessoa com mais possibilidades», avançou.

Para Jorge Silva, «a retirada de José Eduardo dos Santos poderá dar uma imagem positiva porque», ao contrário do que acontece com «muitos outros dirigentes africanos», significa que «não se quer eternizar no Poder».

P.D.O.

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