O lado cultural e religioso
O Instituto Ricci de Macau (IRM) organiza, entre os dias 22 e 23 de Novembro, o simpósio anual “Explorar a Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda do Século XXI: O Desafio do Intercâmbio Intercultural e da Comunicação”.
A iniciativa tem como objectivo explorar os aspectos culturais e religiosos inerentes ao legado milenar da Rota da Seda. “A Faixa Económica da Rota da Seda da China e da Rota Marítima da Seda, anunciados em 2013, tornaram-se claramente no foco principal dos esforços do País para manter e desenvolver as relações de cooperação com os seus vizinhos próximos e distantes”, refere uma nota do IRM, acrescentando que se trata de “políticas benéficas de desenvolvimento económico para a Ásia, Europa e África”.
Dado que a maior parte da discussão pública tem-se concentrado, até ao momento, no desenvolvimento de infra-estruturas, assentes em projectos de construção especialmente destinados a facilitar as comunicações, as viagens e o comércio internacional, o IRM aponta que o projecto “Uma Faixa, Uma Rota” pretende também promover uma maior apreciação da diversidade cultural e religiosa da própria China, o respeito pelas realizações culturais dos seus vizinhos e a concretização de valores culturais partilhados através da mesma humanidade.
O projecto “Uma Faixa, Uma Rota” “apela, de forma muito apropriada, ao legado histórico da Rota da Seda, que por milénios proporcionou oportunidades para o intercâmbio, não apenas de bens e serviços, mas também de ideias e práticas espirituais e religiosas, bem como no envolvimento das pessoas que as acarinhavam. De facto, à excepção do Taoísmo, ou seja da tradição da sabedoria autóctone da China, todas as outras comunidades espirituais e religiosas – Budismo, Cristianismo, Islamismo e Judaísmo – encontraram pela primeira vez um lar na China ao longo da Rota da Seda”, descreve o IRM.
Quanto ao lado católico, o Instituto lembra também que “o trabalho do padre [Mateo] Ricci e dos seus companheiros representa, em si, uma parte significativa do legado da Rota da Seda”, enquanto “a amizade que Matteo Ricci teve com académicos e autoridades da China estende-se até aos dias de hoje por via da missão do IRM”.
P.D.O.