Economia real segura
O jornal oficial chinês Diário de Xangai defendeu ontem que a volatilidade no mercado de capitais da China «não deverá desestabilizar a economia real, nem afastar os investidores estrangeiros», argumentado que «apenas 20% da riqueza da população está investida em acções».
«Nenhuma queda nos ganhos afectará significativamente o consumo das famílias», disse um economista citado pela publicação, acrescentando que nos bancos, que dominam o sistema financeiro do País, «só 1% ou 2% dos seus activos estão expostos ao mercado de capitais».
Em menos de um mês, desde meados de Junho, as cotações nas Bolsas de Xangai e Shenzhen caíram cerca de 30%, arrastando uma desvalorização para mais de três biliões de dólares.
Foi a maior queda desde a crise financeira global de 2008, ocorrendo após um ano em que o valor das cerca de duas mil e 700 empresas chinesas cotadas na Bolsa mais do que duplicou, atraindo milhões de novos investidores.
No total, cerca de 90 milhões de chineses “jogam” actualmente na Bolsa, mas segundo o Diário de Xangai, «o valor dos activos das correctoras e fundos de investimento expostos ao mercado de capitais representam apenas cerca de 5% de todos os activos do sistema financeiro».
Pelas contas de Wang Tao, um economista da União de Bancos Suíços (UBS) citado pelo mesmo jornal, «a inactividade do mercado de capitais poderá reduzir em cerca de 0,5 pontos percentuais o contributo do sector financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto chinês».
Contudo, segundo o mesmo economista, a previsão do UBS para o crescimento económico da China em 2015 «mantém-se nos 6,8% (0,2 pontos percentuais abaixo dos cerca de 7% apontados pelo Governo)».