Haja benefícios sociais para os filipinos
A comunidade filipina, como parte integrante do sustentáculo que tem contribuído para a prosperidade de Macau, deve ter benefícios sociais por parte do Governo da RAEM, sustenta Felipe de Leon Jr. A’O CLARIM, o presidente da Comissão Nacional para a Cultura e Artes das Filipinas fala sobre duas características do seu povo: a capacidade de interagir com os outros e de fazer sacrifícios em prol de terceiros.
O presidente da Comissão Nacional para a Cultura e Artes das Filipinas, Felipe de Leon Jr., disse a’O CLARIM que apoia a implementação de benefícios sociais do Governo para a comunidade filipina, incluindo os não-residentes, por considerar que os seus integrantes estão a desempenhar um papel importantíssimo no tecido económico da RAEM.
«A comunidade filipina de Macau é essencialmente constituída por não-residentes, por isso devia haver uma espécie de protecção social e um salário mínimo que abranja todos, para que dessa forma não sejam explorados. Até porque estão a contribuir bastante para o desenvolvimento da economia local», referiu, na passada quarta-feira, à margem da palestra “Uma Herança de Bem-Estar: A Conectividade dos Filipinos”, realizada na Universidade de São José.
Para Felipe de Leon Jr., a empatia dos filipinos «está a trazer um valor acrescentado ao território», devido à sua «habilidade natural para interagirem e também pelos sacrifícios que fazem» em prol do bem-estar de terceiros, mais concretamente «quando as empregadas domésticas tomam conta dos bebés e das crianças como se fossem suas».
«Trata-se de uma comunidade que desempenha um papel importantíssimo, não só em termos económicos, como também pela sua capacidade de interagir com os outros», facto que «se traduz num alto grau de empatia, seja com os bebés e crianças [ao cuidado das empregadas domésticas], seja nas recepções dos hotéis ou nos restaurantes, entre outros serviços», explicou o também presidente da Divisão de Humanidades do Conselho Nacional de Pesquisa das Filipinas, sob a égide do Departamento de Ciência e Tecnologia.
De igual forma, acrescentou: «Esta é uma qualidade que encontro no povo filipino: A capacidade de cuidar dos outros como se fossem da sua próprio família». O termo que costumam usar em Tagalog é – segundo disse – “malasakit”, que significa carregar o fardo dos outros como seus. «Os filipinos são assim mesmo por natureza. É uma qualidade única», vincou.
Na palesta da USJ, Felipe de Leon Jr. falou sobre a cultura de partilha comum que caracteriza o povo filipino. «Em geral, dá mais valor às relações e à família do que ao poder e à riqueza», explicou a’O CLARIM, acrescentando que «para o cerne da psicologia de um filipino a sensação de “kapwa” [a outra pessoa também é ele próprio] é a humanidade ao mais alto nível».
PEDRO DANIEL OLIVEIRA