Moldes da China para o mundo.
A Eurasia está a aproveitar a plataforma global de Macau para fazer a ponte entre o fabrico de moldes para injecção de plásticos, por parte de empresas do continente chinês, e a sua distribuição para as linhas de montagem de conceituadas marcas do ramo automóvel localizadas em várias partes do mundo.
«São peças que têm de ser entregues aos nossos clientes, a tempo e a horas, com o intuito de chegarem às grandes marcas do ramo automóvel, tais como a Mercedes ou a BMW, sem atrapalhar o trabalho nas linhas de montagem», disse a’O CLARIM o gerente da Eurasia, Márcio Rios, acrescentando que a empresa tem clientes na Europa (França, Alemanha, Itália, Polónia e Portugal), no Japão, México e Estados Unidos.
Segundo o mesmo responsável, Macau foi a escolha natural para acolher a sede da empresa, em detrimento de Hong Kong. «A maior parte das empresas internacionais prefere abrir escritórios em Hong Kong, o que facilita um pouco mais a gestão financeira decorrente dos trabalhos realizados nesta parte do globo. No nosso caso, poderíamos ter escolhido Hong Kong, mas como sou residente de Macau e as leis e os procedimentos são aqui mais simplificados optou-se por Macau para desenvolvermos a nossa actividade nesta região do globo», explicou.
No seu entender, as empresas da China continental ainda continuam a ser uma boa aposta ao nível da produtividade. «Cumprem com os prazos. Obviamente, estando nós quase todos os dias a acompanhar o processo, para garantir a qualidade e para que o trabalho seja feito mediante o tempo acordado. São prazos muito curtos. E é aí que as empresas da China ainda ganham pontos», justificou Márcio Rios.
Se o custo de vida aumentou no continente chinês, os salários também evoluíram no sentido ascendente. «Os montantes praticados há cerca de cinco anos mudaram muito. Mesmo assim, a China continua a compensar nos prazos de entrega. Temos que ser muito competitivos. Não há grande margem para falharmos», vincou.
Tendo em vista a consolidação e a expansão do negócio, os responsáveis da Eurasia estão a ponderar adquirir instalações na China Continental, onde podem ser mais autónomos no fabrico dos moldes.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA