Humanidade renova esperança no planeta.
O padre Luís Proença, a residir nos Estados Unidos, acredita que a nefasta acção do Homem nos ecossistemas do planeta pode ainda ser revertida. Para o professor associado da Loyola Marymount University, em Los Angeles, a Igreja Católica, e o Papa Francisco em particular, renovaram a esperança num mundo mais sustentável a nível ambiental.
«Um claro sinal de esperança», sustentou o jesuíta, «aconteceu há quase um mês», na véspera do início da reunião de líderes do G20, em Hangzhou, quando «os dois maiores emissores de gases de efeito estufa, a China e os Estados Unidos, ratificaram o acordo contra a mudança climática», elaborado em Paris no final do ano passado.
Para o sacerdote português, «o Papa Francisco plantou uma semente na humanidade», por via da encíclica “Laudato si”: «Com tudo o que está a acontecer, com esta nova forma de olhar para as questões climáticas e para esta nova forma de abraçar esta Terra comum», o documento «apresenta-se como uma forma de convidar Governos, instituições e corporações a olhar de maneira sustentada para tudo aquilo em que trabalham».
De igual forma, lembrou a intervenção do Sumo Pontífice na sede da Nações Unidas, em Nova Iorque, após o lançamento da encíclica e antes da reunião de Paris sobre as alterações climáticas. «Todo o seu discurso nas Nações Unidas foi baseado na “Laudato si”. Foi ouvido por nações e Governos de todo o mundo, algo que nenhum Papa tinha tido a oportunidade de fazer até então. Discursou também numa sessão conjunta do Congresso americano, onde falou sobre o mesmo assunto», descreveu.
«Estamos numa altura da encruzilhada do tempo em que ainda é possível, não diria parar o comboio, mas sim iniciar um processo de abrandar aquilo que está a acontecer com as alterações climáticas», explicou o padre Luís Proença, acrescentando que através da encíclica «o Papa Francisco conseguiu que fosse lida por não cristãos», o que considera ser «um caso raro».
«Hoje em dia, até mesmo na área das ciências e no mundo universitário há docentes que apresentam a encíclica aos alunos, para que possam estudá-la e criar um plano de acção. Significa que contém um discurso que procura atrair todos, cristãos e não cristãos, por forma a aplicar localmente o que a nível universal o Papa Francisco nos apresenta», referiu o sacerdote a’O CLARIM, na passada quarta-feira, à margem da aula aberta, na Universidade de São José (USJ), sobre a “Sustentabilidade Ambiental nos Documentários e na Cristandade”.
Já ontem apresentou, também na USJ, o documentário de sua autoria “Bali – Arte e Criação”.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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