“Imperfeita Perfeição”

CENTRO CULTURAL NEWMAN INAUGURA, ESTE SÁBADO, NOVA EXPOSIÇÃO

Cerâmica e Macau Antigo revelados até Maio

O Centro de Cultura e Artes Performativas Cardeal Newman de Macau vai inaugurar, amanhã, uma exposição com duas facetas muito distintas. A mostra, organizada em parceria pelo centro cultural de matriz católica e pela Associação Diocesana das Artes Performativas e Culturais de Macau, incide, por um lado, sobre a arte da cerâmica em forno a lenha, e, por outro, sobre o desenvolvimento urbano de Macau na primeira metade do Século XX.

Intitulado “Imperfeita Perfeição”, o segmento da exposição dedicado à cerâmica é o resultado de uma colaboração entre o Centro Cultural Newman e a Associação de Arte Contemporânea e reúne mais de trinta peças feitas através do recurso a técnicas e métodos tradicionais. Entre os artefactos expostos estão diferentes tipos de criações da autoria do mestre He Jian Guo. «A exposição é inaugurada já este sábado, às 16:00 horas, e permanece patente ao público até 12 de Maio. No caso concreto da mostra “Imperfeita Perfeição: A Arte da Cerâmica em Forno a Lenha”, trabalhámos de perto com a Associação de Arte Contemporânea para criar uma exposição que se subdivide em quatro categorias e que apresenta mais de três dezenas de peças e artefactos, incluindo serviços de chá, esculturas, recipientes para flores e instalações artísticas», explicou fonte do Centro Cultural Newman, em declarações a’O CLARIM.

A mostra é complementada, no Domingo, com a organização de uma acção de formação em que He Jian Guo vai explicar, a par e passo, os segredos de uma técnica de feições milenares. Também conhecido como Heizi, o artista vai ministrar um “workshop” em que irá ensinar os participantes a conceber e ultimar as suas próprias criações artísticas. «Tendo como ponto de partidas as características do barro e a forma como reage às temperaturas, o mestre Ha Jia Guo vai explicar de que forma as técnicas tradicionais de queima cerâmica em forno a lenha ajudam a redefinir a interacção entre o fogo e o barro. A acção de formação está dividida em duas categorias e destina-se, por um lado, a adultos a título individual e, por outro, a pais que se façam acompanhar pelos filhos. Os participantes vão poder moldar a sua própria peça, criação que podem, posteriormente, levar para casa», adiantou a mesma fonte.

A outra parte da exposição, que também permanece patente ao público até 12 de Maio, é dedicada à História de Macau e ao desenvolvimento da orla costeira da Península, da Taipa e de Coloane, tendo como ponto de partida os planos traçados em 1923 pelo então Governo português do território: «A outra metade da exposição conjunta tem por título “Traçar o Infinito: Memória do Porto de Macau no Século XX” e é um retrato do território traçado a partir do “Livro Azul para a Planificação do Porto de Macau”, em 1923. O livro delineava os planos para a definição da costa na Ilha Verde, na Baía Norte do Patane, no Porto Interior, na Taipa e em Coloane. Para além dos planos relativos à definição da orla costeira, uma grande variedade de outros documentos relativos a este processo faz parte da exposição. Através de fotografias históricas, de adereços de época e de cartas de navegação, pretende-se mostrar como era a antiga Macau, convidando à redescoberta da cidade e da memória da cidade».

Marco Carvalho

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