Diocese assinalou Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
Mais de oitocentos trabalhadores, provenientes de países como Filipinas, Indonésia, Vietname, Myanmar ou Timor-Leste, participaram, no passado Domingo, nas comemorações do 109.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.
A data foi assinalada no auditório da Escola São Paulo, com a celebração de Missa presidida por D. Stephen Lee e a realização de um sarau cultural em que as diferentes comunidades deram a conhecer os seus costumes e tradições.
A efeméride, que a Igreja Católica comemora desde 1914, voltou a ser assinalada no território após um hiato de quatro anos, devido à pandemia de Covid-19. A iniciativa lança um olhar humanizado sobre o contributo que os trabalhadores imigrantes dão à economia e à diversidade da RAEM, e constituiu um raro momento de comunhão entre comunidades e povos com culturas e tradições muito distintas.
«Esta celebração foi organizada pela última vez em 2019. Nesse ano reunimos cerca de setecentos imigrantes. Depois a Covid-19 tomou conta do planeta. Esta é a primeira vez em três anos que nos foi dada a oportunidade de celebrarmos juntos», disse o padre Raymund Gaspar, responsável pelo Centro Pastoral Católico, em declarações a’O CLARIM. «Tornámos as apresentações culturais parte do programa porque nos apercebemos que não há imigrante nenhum que não ame as suas origens, que não ame a sua cultura. Quando estão noutros países, sentem orgulho em dar a conhecer as suas origens, a riqueza da sua cultura, seja através de canções, seja através da dança. Ficámos muito surpreendidos com a comunidade de Myanmar. Pedimos-lhes para prepararem um pequeno momento cultural e eles prepararam três actuações, todas elas muito diferentes», explicou o sacerdote filipino.
Para além do bispo de Macau, os organizadores contaram com a participação do cônsul-geral das Filipinas em Macau, Porfirio M. Mayo, Jr, a ex-deputada Agnes Lam e o secretário-geral da Cáritas de Macau, Paul Pun. A elevada adesão, de acordo com o padre Raymund Gaspar, é um sinal de que a pandemia de Covid-19 pode ter contribuído para aproximar as pessoas de Deus. «Parece-me que a pandemia, de uma ou de outra forma, ajudou as pessoas a virarem-se mais para Deus, a pedir para não adoecer ou para não perderem o emprego, até porque foram muitas as que ficaram sem trabalho, como todos sabemos. Mesmo depois da pandemia, são muitos os que estão à procura de emprego e eles precisam da ajuda de Deus para isso. Com as dificuldades que a pandemia trouxe foram muitos os que começaram a mostrar uma maior disponibilidade para ir à Igreja. Isto é um fenómeno normal para os imigrantes, em particular para os filipinos, que são provenientes de um país católico», sublinhou.
Marco Carvalho