São José Operário acolhe os mais novos em férias
A igreja de São José Operário, no Bairro da Areia Preta, volta a acolher o programa de actividades de Verão promovido pela Comissão Diocesana da Juventude. A iniciativa, que decorre sem restrições de qualquer natureza pela primeira vez em três anos, tem lugar entre 22 de Julho e 12 de Agosto, com as instalações paroquiais a abrirem as portas a oitenta crianças.
Durante a última semana de Julho e as primeiras semanas de Agosto, a Comissão Diocesana da Juventude (CDJ) vai ter um olho em Lisboa e outro na Areia Preta. Os funcionários da organização vão ter que se dividir para garantir que as duas iniciativas de monta – decorrem em simultâneo, mas em latitudes diferentes – sejam bem-sucedidas.
Vice-directora da CDJ, Tammy Chio parte, no final do mês de Julho, rumo a Portugal, à frente da comitiva de jovens católicos de língua chinesa que vão representar a Diocese na 37.ª edição da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. Uns dias antes, a 22 de Julho, a paróquia de São José Operário dá o pontapé de saída na edição deste ano do tradicional programa de actividades de Verão para crianças e jovens promovido pela Diocese.
«O arranque destas actividades está previsto para 20 de Julho. Optámos por separar os nossos funcionários em dois grupos. Um vai viajar para Lisboa e participar na Jornada Mundial da Juventude. O outro vai assumir a responsabilidade de supervisionar e coordenar o programa de actividades de Verão», explicou Tammy Chio, em declarações a’O CLARIM, acrescentando: «No sábado [amanhã]vamos ter a primeira reunião com os voluntários que nos costumam ajudar a tomar conta das crianças. Vamos organizar uma pequena acção de formação. Como sabe, em Macau, muitas escolas têm aulas até meados de Julho. Para as crianças, as actividades começam a 22 de Julho e prolongam-se até 12 de Agosto. No total vamos proporcionar-lhes três semanas de actividades, mas para os voluntários o trabalho começa mais cedo. Têm que preparar e propor as actividades que vão ser oferecidas durante estas três semanas».
Concebido para crianças com idades compreendidas entre os cinco e os onze anos, o programa de actividades deve voltar a colocar ênfase nos trabalhos manuais e artísticos, ainda que o leque de iniciativas à disposição dos participantes ainda não tenha sido inteiramente definido. «As actividades vão ser sugeridas e organizadas pelos voluntários. Provavelmente, teremos oficinas de pintura, de trabalhos manuais e outras actividades artísticas. Ainda estamos a tomar o pulso às competências dos voluntários, mas qualquer actividade que seja boa para o desenvolvimento dos miúdos é bem-vinda. Na minha opinião, o mais importante é dar a oportunidade às crianças de criarem ligações com os voluntários», sublinhou Tammy Chio.
Após três anos em que o programa de actividades foi organizado sob o espectro da pandemia de COVID-19, este ano os constrangimentos têm outra natureza: «Esperamos que oitenta crianças participem. O modelo é um pouco diferente daquele que foi adoptado durante os últimos três anos, em que tínhamos que controlar o número de crianças que participavam diariamente nas nossas actividades. Nesse sentido, assistimos a um regresso à normalidade, na medida em que de segunda-feira a sábado, da parte da tarde, os participantes podem acorrer às actividades sem que sejam sujeitos a qualquer tipo de restrições. O número total de vagas é de oitenta, sendo que esperamos entre cinquenta a sessenta crianças, todos os dias», referiu a dirigente.
Segundo Tammy Chio há várias razões que explicam uma baixa no número de voluntários: «Este ano, infelizmente, o número de voluntários vai baixar bastante. Alguns vão deslocar-se à Jornada Mundial da Juventude, mas essa não é a única razão que explica esta quebra. A principal razão é o facto de que ao longo dos últimos três anos muitos destes jovens voluntários não tiveram outra escolha senão ficar em Macau. Era muito difícil sair e ainda mais difícil entrar. Penso que agora os pais os querem compensar, querem levá-los a viajar para outros recantos do mundo. Por outro lado, há muitas actividades organizadas pelo Governo e por outros grupos e associações locais. A meu ver, são estas as razões. No entanto, as necessidades das crianças continuam as mesmas. As actividades de férias vão realizar-se novamente na paróquia de São José Operário; naquela zona as necessidades das famílias não se alteram propriamente por ser Verão. Temos, por isso, de lhes oferecer este tipo de serviço», concluiu.
VERÃO COM VIDA
Entre as associações e entidades locais que também vão dinamizar programas de actividades durante o Verão estão o Centro Cultural de Macau e a Casa de Portugal. Esta última promove o seu “Campus de Verão” entre 24 de Julho e 11 de Agosto.
Destinado a crianças com idades entre os quatro e os dez anos, o “Campus de Verão” realiza-se na Escola Oficial Zheng Guanying, estando as inscrições abertas até este sábado.
Já o Centro Cultural de Macau propõe um extenso programa de actividades de natureza cultural, destinadas a crianças e adolescentes. A partir do início de Julho, o CCM oferece “workshops”, teatro de marionetes, cinema de animação e um vasto rol de outras actividades pensadas para os mais novos. Para além de três espectáculos, o espaço acolhe também no final de Agosto um ciclo de cinema infantil, bem como uma série de acções de formação sobre música e representação, entre outros domínios.
Marco Carvalho