Reflexões na primeira pessoa
Carlos Santos, docente de Português no IPOR, vai lançar a sua primeira obra, intitulada “Pedaços de Espelho e Anúbis”. Trata-se de um livro de poesia, que já está escrito há vários anos, mas tem agora a oportunidade de ver a luz do dia. O lançamento está marcado para o dia 1 de Julho, pelas 16 horas, na Galeria Casa do Povo, situada na Travessa da Pipa, em Coloane.
«A obra aborda o amor, a morte, os seres humanos e todas as manifestações dos seres humanos.
O livro não foi escrito especificamente para transmitir uma mensagem, mas há muito trabalho a fazer, porque o ser humano terá que evoluir muito espiritualmente, o que depois se poderá reflectir no espaço físico que ocupa», disse Carlos Santos a’O CLARIM.
«São reflexões de mim próprio e do mundo que vejo. Ou seja, de um mundo bastante cinzento, que já vem de há muito tempo. Mas há sempre razões para estar optimista», sublinhou o autor, de 48 anos, exemplificando que «o violinista Yehudi Menuhin dizia que o mundo não estava tão mal, porque havia bombeiros, enfermeiros… Em suma, pessoas que fazem o bem e fazem com que o mundo ande para a frente».
Embora reconheça que a poesia não é tão popular como por exemplo a ficção, revelou que tem material para lançar mais livros relacionados com o género literário. «Os temas são recorrentes: o amor, a morte, as guerras, as coisas positivas que se conseguem, o lutar para conseguirmos ser melhores e irmos mais além», frisou.
Carlos Santos não tem algum poeta de renome como modelo de inspiração, mas sim muitos músicos e muitas bandas que funcionam como catalisador para pôr no papel as suas impressões na forma de poesia. No entanto, gosta essencialmente de José Régio e de Al Berto, sem esquecer Luiza Neto Jorge, a veia irónica de Alexandre O’Neill, António Maria Lisboa e Carlos Drummond de Andrade.
Dos clássicos, gosta dos “Sonetos” de Luís Vaz de Camões. Já sobre “Os Lusíadas”, lembrando que «são uma obra encomendada por um rei», sustentou que «o ponto de vista é de alguma forma o da instituição», sendo «bem escrito» e que «cumpre um objectivo, que não é propriamente o dos “Sonetos”». A terminar, deixou escapar: «Não posso esquecer-me do Bocage». A edição de autor tem uma tiragem de 150 exemplares.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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