Informação ao consumidor é essencial
O presidente do Instituto de Seguros de Portugal, José Figueiredo Almaça, disse a’O CLARIM que o sucesso das companhias seguradoras passa por manter os consumidores escrupulosamente informados sobre os produtos que pretendem adquirir.
«Nos últimos três anos tem sido desenvolvido um trabalho no âmbito do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, composto pelo Instituto de Seguros de Portugal, pelo Banco de Portugal e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, no sentido de dinamizar a literacia financeira. Aconteceu por causa da crise do sistema financeiro», explicou José Figueiredo Almaça, ao invocar o que tem sido feito em Portugal.
«Felizmente, o ramo dos seguros passou um bocadinho pelos pingos da chuva, mas houve necessidade de dar formação às pessoas, porque aquilo que aconteceu com a crise financeira mundial foi pela falta de conhecimento que os consumidores tinham dos produtos bancários e dos fundos de investimento», referiu na passada quarta-feira à margem da 12ª Assembleia Geral e da 19ª Conferência Anual da Associação de Supervisores de Seguros Lusófonos, que decorreu no MGM.
Para o responsável da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (de Portugal), Mário Ribeiro, o sucesso para as companhias seguradoras também passa pela capacidade das pessoas em identificar os riscos. «O consumidor reage muito rapidamente e tem muito pouco tempo para ler detalhadamente o que consta nas “condições”. O produto deve conter uma forma muito rápida que permita o consumidor fazer uma pronta avaliação geral do risco», apontou.
A propósito das empresas chinesas que estão a investir em Portugal, Mário Ribeiro salientou que «estão a adaptar-se bem à realidade local». Pelo mesmo diapasão alinhou José Figueiredo Almaça, por haver «uma aculturação muito grande por parte dos chineses», sendo disso exemplo «o caso da Fosun, ao adquirir a Fidelidade, que também opera em Macau».
«O trabalho principal do mercado é feito pelas pessoas que já lá estavam. É evidente que os responsáveis pelo grupo Fosun encarregam-se de pôr pessoas da sua confiança em lugares-chave nos investimentos que fazem fora da China, mas o negócio em si [da Fidelidade, sedeada em Portugal] continua nas mãos dos portugueses», vincou José Figueiredo Almaça.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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