CENTROS DE REABILITAÇÃO DA FU HONG

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CENTROS DE REABILITAÇÃO DA FU HONG ESTÃO ENCERRADOS DESDE FEVEREIRO

Os utentes dos centros de reabilitação da Associação Fu Hong estão há quase dois meses confinados em casa devido ao surto epidémico do novo coronavírus, mas o encerramento dos espaços não aliviou nem o volume de trabalho, nem as responsabilidades da organização.

A Fu Hong tem vindo a recorrer ao acompanhamento por via telefónica ou por videochamada com o intuito de transmitir segurança aos seus utentes, num período em que a incerteza continua a ser palavra de ordem. «Os nossos centros estão todos fechados por causa do coronavírus, com o propósito de obviar qualquer forma de contágio, qualquer perigo para os utentes», explicou Fátima dos Santos Ferreira, em declarações a’O CLARIM. «Para os utentes é mau porque eles estão fechados em casa, e se a nós nos custa, a eles muito mais. Estão sempre a telefonar e a perguntar: “Então quando é que abre? Quando é que podemos voltar?”», acrescentou a dirigente.

Confinados dentro de quatro paredes sem o contacto social que os centros de reabilitação da Fu Hong lhes possibilita, os utentes da instituição ressentem-se das circunstâncias e dos tempos excepcionais que se vivem devido ao Covid-19, mas não são os únicos. A associação liderada por Fátima dos Santos Ferreira tem vindo ao longo do último mês e meia a prestar apoio psicológico às famílias que têm a seu cargo portadores de deficiência de natureza intelectual. «Contactamos por via telefónica com todos os utentes e com as respectivas famílias, não só para saber como é que estão, mas também com o propósito de lhes fazer chegar apoio psicológico. Os pais precisam. Para eles, os centros da Fu Hong sempre garantiram um apoio muito grande. Com os filhos em casa, estão sujeitos a um “stress” muito grande», referiu a presidente da associação.

O encerramento dos centros de reabilitação afecta cerca de quatro centenas de utentes. Das valências que integram o universo da Fu Hong, apenas a lavandaria social e o lar se encontram a funcionar. «O lar está a funcionar com um número reduzido de utentes. Aqueles que podiam ir para casa, nós enviámo-los para casa. Mas mesmo os que estão no lar, nós fazemos o possível para que possam contactar com as famílias através das novas tecnologias, nomeadamente de videochamadas», referiu Fátima dos Santos Ferreira. «Eles não percebem porque é que deixaram de ver os pais; já poderem vê-los, mesmo que à distância, é muito bom. E depois, os vários casinos, as várias empresas, eles também têm um grupo voluntário que costuma trabalhar connosco através do Facetime», adiantou ainda a dirigente.

Com um número significativo de colaboradores a viver do outro lado das Portas do Cerco, a Fu Hong viu-se obrigada a arranjar alojamento para que alguns dos seus funcionários possam permanecer no território durante o período de crise. «A partir do momento em que foi necessário ficar catorze dias de quarentena, alguns dos nossos funcionários deixaram de poder vir para Macau. Arranjámos alojamento para aqueles que puderam vir. Houve alguns que vieram, mas a família acabou por precisar deles e esses tiveram que regressar a casa», concluiu Fátima dos Santos Ferreira.

Marco Carvalho

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