Se o futuro a Deus pertence, O CLARIM divulga-o!

75 ANOS DE HISTÓRIA E MUDANÇA

Se o futuro a Deus pertence, O CLARIM divulga-o!

O CLARIMestá a comemorar, desde o dia 1 de Maio, o seu Jubileu de Diamante. São 75 anos de grande parte da história escrita de Macau – não a tinta da China, mas primeiro na prensa, e mais tarde em grandes rotativas – por inúmeros voluntários, colaboradores e jornalistas, que de forma abnegada deram anos da sua vida ao Semanário Católico de Macau.

Chegados a 75 primaveras de publicações, o estatuto de jornal de língua portuguesa mais antigo de Macau e o segundo em termos gerais (ao que parece a seguir ao jornal Va Kio) tende a ser relegado para segundo plano, pois que mais importante do que olhar para o passado é ter a capacidade de responder à exigência dos tempos modernos.

Lançado em 1948 – três anos após o final da Guerra do Pacífico e, consequentemente, da Segunda Guerra Mundial, O CLARIM foi a voz impressa dos católicos de Macau, tendo-se tornado, tendencialmente, o órgão oficial da Diocese macaense, embora com forte cunho crítico da sociedade.

À semelhança de outros jornais que o antecederam ou que com ele coexistiram, e até viriam a desaparecer, a linha editorial d’O CLARIMfoi-se adaptando ao sabor das transformações políticas, económicas e sociais, umas vezes por auto-iniciativa dos seus responsáveis, outras vezes por imposição do status quovigente.

Dos seus fundadores já nenhum está entre nós – Gastão de Barros foi o último a deixar-nos –, mas há toda uma segunda geração que é testemunha do percurso realizado, o qual se mistura com a evolução da cidade que outrora pouco mais foi do que um porto de pescadores e bolsa de jogos de fortuna e azar.

Não sendo possível condensar 75 anos de história numa só página, concentremo-nos nas últimas duas décadas, ou seja, praticamente ao período correspondente à Região Administrativa Especial de Macau. Finda a Administração Portuguesa do então “Território de Macau”, ventos de incerteza sopraram nas pequenas redacções dos jornais de língua portuguesa. O CLARIMmanteve o corpo redactorial, sob a liderança do Padre Albino Bento Pais, SSP, procurando informar os leitores sobre o que se passava em Macau, em Portugal, na China, na Ásia e no resto do mundo.

Com a transferência de poderes surgiram novos desafios, com os decisores políticos a terem de encontrar um rumo que permitisse à RAEM corresponder à fasquia traçada pelos antigos governantes europeus e pela nova ordem com sede em Pequim. Foi um tempo de rápido crescimento económico, mas também repleto das inevitáveis dores de crescimento. As linhas da governação, bem como os direitos, liberdades e garantias, não estavam ainda bem assimiladas pelas gentes locais, pelo que foi um período rico em notícias, a que O CLARIMnão foi indiferente.

O reforço dos títulos em língua portuguesa que conseguiram fazer face ao impacto da mudança de regime e o aparecimento de novos projectos, aliados a uma cada vez mais sensível classe política, levaram à redefinição da linha editorial d’O CLARIM, tornando-se este mais confessional. Na realidade, com uma quase exaustiva cobertura diária dos acontecimentos locais por parte de terceiros, havia que concentrar esforços na actividade diária da diocese de Macau.

Se ainda na gestão do Padre Albino as novas directrizes emanadas do Paço Episcopal foram implementadas, foi durante o mandato do Padre José Mario Mandía que o conteúdo do jornal passou a melhor reflectir, na íntegra, o desejo de aproximar os fiéis católicos, e também o público em geral, à Igreja Católica em Macau. Isto, sem qualquer desprimor para com as outras confissões cristãs ou religiões.

Em 2014, O CLARIMdeixa de ser um semanário exclusivamente publicado em Português, passando a integrar dois novos cadernos – um em Inglês e outro em Chinês. São feitos alguns reajustes ao nível do desenho gráfico, cujo conceito-base data de 2006, e inicia-se todo um longo processo de adesão ao mundo digital.

Nos dias que correm, O CLARIMtem-se afirmado tanto localmente como no estrangeiro, sendo de destacar o significativo número de leitores que continuam a receber o jornal, em papel, nas suas caixas do correio, e a aceder aos seus conteúdos com recursos às tecnologias de informação (Website, Facebook e Instagram nas três línguas).

Para tal, tem sido indispensável a dedicação de todos os profissionais do quadro, bem como dos colaboradores e voluntários, que seguindo as pegadas dos nossos fundadores compreendem que não há nada melhor do que conciliar a actividade profissional com a busca incessante da realização pessoal, sempre ao serviço da Igreja, ou seja, em prol do Outro.

Mas há mais responsáveis por este sucesso: desde logo a diocese de Macau, na figura de todos os bispos que a governaram desde 1948, principalmente do Senhor Bispo D. Stephen Lee, o qual tem disponibilizado todos os meios para a produção deste Semanário Católico, nomeadamente o Centro Diocesano dos Meios de Comunicação Social (CDMCS). E também de grupos privados de Comunicação Social, como a EWTN – Eternal Word Television Network (Estados Unidos) e a Canção Nova (Brasil e Portugal), que vão ajudando a difundir O CLARIMnos quatro cantos do globo.

A terminar este pequeno registo, recordamos o quanto gratificante tem sido conseguirmos dar cobertura a alguns dos momentos mais marcantes da história recente da Igreja Católica, estando a nossa equipa já a preparar-se para acompanhar, in loco, as diferentes etapas da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. Um encontro com o Papa, ao qual dizemos: “Presente!”.

José Miguel Encarnação 

Editor da Secção Portuguesa

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