Escola de homens bons e talentosos.
Prestes a completar 90 anos de existência, o Colégio Yuet Wah quer continuar a formar bons cidadãos e bons católicos, segundo o método educativo de Dom Bosco. «É esse o nosso caminho», garantiu a’O CLARIM, Michael Chan, director da instituição de ensino.
O CLARIM – O Colégio Yuet Wah comemora na próxima terça-feira (8 de Dezembro) o seu 90º aniversário. De que forma vão assinalar a efeméride?
MICHAEL CHAN – Vamos organizar uma série de actividades a 6 de Dezembro com a abertura do campus da escola para todos os cidadãos de Macau, entre os quais crianças de outras escolas e respectivos pais. Estão todos convidados. Vamos estar abertos entre as 9 horas e as 17 e 30. No dia 8 de Dezembro vamos ter duas missas de acção de graças, uma de manhã e outra à tarde. À noite haverá um banquete com antigos alunos e convidados de honra.
CL – Há nomes conhecidos entre os antigos alunos da escola?
M.C. – Claro que sim. Temos políticos, funcionários públicos, empresários e por aí fora. Um deles é o ex-secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Vá. Há também o [João Augusto da] Rosa [adjunto do comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários], o deputado Tong Io Cheng e o presidente do Conselho da Universidade de Macau, Lam Kam Seng, entre outros.
CL – O Governo está apostado em desenvolver a formação de talentos. Qual o contributo do Colégio Yuet Wah?
M.C. – Sabemos que o Governo está a tentar dotar as escolas com recursos para a formação de alunos com talento. Em relação às escolas salesianas, de acordo com a nossa tradição, não mantemos os alunos sempre nas salas de aulas porque também os exercitamos de modo a perceberem onde está o seu potencial e poderem distinguir-se nas áreas [da sua vocação]. Por exemplo, na Tecnologia da Informação, na robótica e na ciência (físico-química) damos-lhes formação, não só ao aprenderem com os livros, como também com a experimentação e as actividades desportivas.
CL – Que resultados têm obtido?
M.C. – Os nossos alunos participam sempre que há grandes competições de âmbito local ou mundial. Temos alguns campeões mundiais na Tecnologia da Informação. Em termos desportivos, já ganhámos alguns campeonatos inter-escolas de Macau em vários escalões etários e fornecemos jogadores para a selecção de futebol, seja escolar, seja nas camadas jovens.
CL – Que projectos para o futuro?
M.C. – Sendo uma escolar salesiana, seguimos o Sistema Preventivo de Dom Bosco. Temos o objectivo muito claro de seguirmos este método educativo e de ensinarmos os nossos alunos a serem bons cidadãos e bons católicos. É esse o nosso caminho. Vamos actualizar as nossas instalações e os currículos escolares para quando terminarem o ensino secundário poderem competir com os estudantes de outras escolas, ou até mesmo do mundo inteiro, de modo a conseguirem entrar nas universidades de renome e tornarem-se bons cidadãos, com educação e eruditos, o que aliás é a nossa finalidade.
CL – Há algum tipo de cooperação com outras escolas de Macau ou do exterior?
M.C. – Só realizamos intercâmbios de curta duração com a vinda de estudantes de escolas da Tailândia, de Hong Kong e, muito poucas, da China [continental].
CL – E quanto às actividades nas férias?
M.C. – Organizamos muitas actividades de Verão para os nossos alunos. Nos últimos anos foram muitos em viagens educativas. Há universidades a recrutar alunos para este género de cursos de Verão de curta duração. Alguns foram a Portugal e outros a Inglaterra, a Hong Kong, à China… Mais e mais estudantes têm ido porque a DSEJ [Direcção dos Serviços de Educação e Juventude] atribui bolsas de Verão.
Duas escolas jesuítas comemoram 60 anos (Caixa)
Também a 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, dois estabelecimentos de ensino vão completar 60 anos de existência: a Escola Católica Estrela do Mar e o Colégio Mateus Ricci. «Vamos continuar com o espírito da educação jesuíta do passado e tentar adaptarmo-nos à sociedade do futuro com a nova metodologia educacional, através da formação contínua, que incluirá cursos oferecidos pela DSEJ e pela comunidade jesuíta», disse a’O CLARIM o director da Escola Católica Estrela do Mar, Wong Piu. «A nossa escola gostaria de agradecer a todos os nossos fervorosos antigos alunos o incessante apoio à sua “Alma Mater”. Pretendemos continuar na senda do espírito dos nossos ex-directores para respondermos às necessidades da sociedade, especialmente dos mais fracos e dos necessitados», referiu, por sua vez, a directora do Colégio Mateus Ricci, Irene Cheung.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA