Santa Sé coloca padre coreano a caminho dos altares

NOTÍCIA FOI ACOLHIDA COM REGOZIJO NA PARÓQUIA DE SANTO ANTÓNIO

Santa Sé coloca padre coreano a caminho dos altares

A paróquia de Santo António quer rezar, em Português e Chinês, pela causa de beatificação do padre Leo Bang Yu-ryong. Num marco histórico para a Igreja Católica na Coreia, a Santa Sé concedeu, no final de Setembro, luz verde ao arranque do processo que pode levar o fundador da Congregação Clerical dos Beatos Mártires Coreanos aos altares.

O anúncio foi feito, a 24 de Setembro, pelo bispo auxiliar de Seul, D. Job Koo Yoo-bi, presidente da Comissão de Beatificação e Canonização da arquidiocese da capital sul-coreana, e foi acolhido com regozijo também em Macau, onde vários sacerdotes da Congregação fundada pelo padre Leo Bang cumprem serviço missionário.

A emissão do decreto “Nihil Obstat” reflecte o reconhecimento da Cúria Romana ao legado do Fundador, cuja vida e obra deixaram uma marca incontornável na História do Catolicismo na Coreia. O padre Leo Bang Yu-ryong, recorda o padre James Ryu Jae-hyoung (BMC), notabilizou-se pelos esforços que desenvolveu na promoção de um Cristianismo inculturado, compatível com o modo de pensar do povo coreano, e ancorado na espiritualidade de Santo André Kim e dos mártires coreanos.

«Quando o padre Leo Bang nasceu, em 1900, a situação na Coreia não era muito boa. A Coreia estava sob domínio colonial japonês e havia desespero e perseguições. Ao crescer, o padre Leo começou a alimentar a ideia de ir para o Seminário e se tornar sacerdote», explicou o pároco da igreja de Santo António, acrescentando: «Ele assumiu como sua a missão de levar alegria às pessoas, ao espalhar a mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo e do Evangelho. A sua maior ambição era proclamar e explicar o Evangelho às pessoas. Mas queria fazê-lo em concordância com os valores tradicionais e a espiritualidade coreana. Quando nasceu, havia várias Congregações na Coreia: Franciscanos, Dominicanos e Beneditinos. Todos tinham as suas próprias perspectivas sobre a vida espiritual, mas nenhuma reflectia o modo de estar coreano».

Com a concessão do “Nihil Obstat”, por parte da Santa Sé, o padre Leo Bang pode ser declarado “servo de Deus”, o título inicial que é conferido pela Igreja Católica a um candidato às honras dos altares. A arquidiocese de Seul tem agora luz verde para conduzir um processo rigoroso de investigação centrada na vida e no legado do fundador da Congregação Clerical dos Beatos Mártires Coreanos.

Em Macau, o andamento dos trabalhos vem sendo acompanhado com expectativa. O padre James Ryu pediu autorização ao Paço Episcopal para que os fiéis da paróquia de Santo António possam rezar pela causa de beatificação do padre Leo Bang. «Na paróquia de Santo António escrevemos uma pequena oração, em Chinês e Português, para que os fiéis possam rezar pela beatificação do padre Leo. Necessitamos de mais exemplos de santidade», disse o sacerdote, concluindo: «Vou dar conhecimento ao bispo D. Stephen Lee sobre a abertura do processo de beatificação, mostrar-lhe as orações e espero que ele possa conceder autorização para que possamos usar a oração na nossa paróquia».

M.C.

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