Papa pede que católicos sejam «instrumentos de reconciliação no mundo»

Papa pede que católicos sejam instrumentos de reconciliação no mundo

O Papa disse que os católicos devem ser «instrumentos de reconciliação no mundo», inspirados pela Ressurreição de Jesus, no decurso da Audiência Pública semanal das quartas-feiras.

«Este é o cerne da missão da Igreja: não exercer poder sobre os outros, mas comunicar a alegria daqueles que foram amados precisamente quando não o mereciam. É a força que deu origem e crescimento à comunidade cristã: homens e mulheres que descobriram a beleza de regressar à vida para a dar aos outros», referiu.

Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Leão XIV evocou o testemunho dos primeiros discípulos, empenhados em mostrar ao mundo que «Deus perdoa, ressuscita e restaura a confiança».

Neste contexto, afirmou: «Queridos irmãos e irmãs, também nós somos enviados. Também a nós o Senhor mostra as suas chagas e diz: “A paz esteja convosco”. Não tenhais medo de mostrar as vossas feridas, curadas pela misericórdia. Não tenhais medo de vos aproximar daqueles que estão presos no medo ou na culpa. Que o sopro do Espírito nos torne também testemunhas dessa paz e desse amor mais forte do que qualquer derrota».

A reflexão destacou que Jesus mostra as suas chagas aos Apóstolos, após a Ressurreição, sem esconder as feridas da morte, indicando que «a Ressurreição não é o apagamento do passado, mas a sua transfiguração em esperança de misericórdia».

«Por vezes, preferimos esconder a nossa luta para perdoar para não parecermos vulneráveis e corrermos o risco de sofrer ainda mais. Jesus não faz isso», acrescentou.

Leão XIV destacou que a Ressurreição de Jesus, o centro da fé, «não é um triunfo retumbante, nem é uma vingança ou uma desforra contra os seus inimigos».

«Quando recuperamos de um trauma causado por outros, a nossa primeira reacção é, normalmente, a raiva, o desejo de fazer alguém pagar pelo que sofremos. O Ressuscitado não reage assim», precisou.

No final da Audiência Pública, o Papa saudou os vários grupos de peregrinos, que convidou a rezar o Rosário, todos os dias, pela paz no mundo.

«Durante este mês de Outubro, rezando o Terço, aproximemo-nos ainda mais de Nossa Senhora. Ela leva-nos sempre ao seu Filho Jesus, que nos dá de novo o seu Espírito e nos recria, fazendo de nós missionários de paz e misericórdia», disse aos peregrinos lusófonos.

Leão XIV cumprimentou os grupos provenientes do Líbano e da Terra Santa, a quem lembrou que «o cristão é chamado a testemunhar que o amor e o perdão são maiores do que qualquer ferida e mais fortes do que qualquer injustiça».

O Santo Padre recordou ainda a celebração litúrgica de Santa Teresa do Menino Jesus, Doutora da Igreja e Padroeira das Missões.

«Que o seu exemplo incentive cada um a seguir Jesus no caminho da vida, dando em toda parte um testemunho evangélico alegre», desejou.

In ECCLESIA – texto editado

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