Igreja Greco-Católica reafirma compromisso com a paz
O arcebispo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, D. Sviatoslav Shevchuk, afirmou que «com oração e o apoio internacional» podem dizer «não à violência, não à guerra», incentivando ao diálogo, à cooperação e à solidariedade, numa iniciativa da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
«Com a oração e o apoio internacional, podemos dizer não à violência, não à guerra. Há uma nova idolatria da violência que surge em todo o mundo, e, como cristãos, temos de dizer não à violência, não à acção militar», disse o responsável religioso, divulgou a AIS em informação enviada à Agência ECCLESIA, na passada terça-feira.
O arcebispo da Igreja Greco-Católica Ucraniana acentuou que «o diálogo, a cooperação e a solidariedade» podem ajudar a «superar dificuldades e problemas no mundo de hoje».
D. Sviatoslav Shevchuk alertou para a «grave crise humanitária» que existe na região de Donetsk e Luhansk, que a assistência é «difícil», mas os sacerdotes permanecem com as pessoas «não vão fugir», como ficaram na Crimeia, e são os «heróis» deste tempo.
«A maioria das pessoas da região de Donetsk e Luhansk tem mais de 65 anos e, hoje em dia, não podem receber as suas pensões. Estamos a enfrentar uma grave crise humanitária neste território, e a assistência está a tornar-se mais difícil. Os padres são mediadores únicos que podem viajar e levar alguns recursos», explicou.
Neste contexto, realçou que para além da ameaça de um conflito armado, os ucranianos têm também uma crise económica cada vez mais grave, a desinformação e a propaganda, que se refere a desentendimentos entre as religiões, mas «ortodoxos, protestantes ou católicos», estão «muito unidos no apoio ao povo».
«Temos a mesma mensagem de paz. A união religiosa na Ucrânia é uma questão de segurança nacional, não há guerra religiosa na Ucrânia», acrescentou.
Na mesa-redonda promovida pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o núncio apostólico (Santa Sé) na Ucrânia também reafirmou a importância do compromisso da Igreja com as populações vítimas de um conflito que começou há oito anos.
O arcebispo D. Visvaldas Kulbokas referiu-se ao risco dos gestos serem manipulados e usados na guerra de propaganda, explicando que queria visitar Donetsk e Luhansk, mas isso «poderia ser indevidamente utilizado para propaganda ou ser visto como uma provocação».
«De momento, adiei a visita[mas]sofro por causa disto porque eles estão completamente isolados», sublinhou o representante do Papa em Kiev, capital da Ucrânia.
In ECCLESIA