USJ CONFERIU 372 DIPLOMAS EM CERIMÓNIA

D. Stephen Lee quer Universidade de valores

USJ CONFERIU 372 DIPLOMAS EM CERIMÓNIA PRESIDIDA PELA SECRETÁRIA PARA OS ASSUNTOS SOCIAIS E CULTURA

A Universidade de São José (USJ) pretende distinguir-se das restantes instituições de Ensino Superior em Macau pelos valores marcadamente cristãos que transmite aos alunos durante o seu aprendizado.

No passado sábado, no âmbito da “Cerimónia de Entrega de Diplomas de 2020 da USJ”, o bispo de Macau, dirigindo-se aos alunos finalistas, foi peremptório no que respeita à missão da universidade católica do território. «Não é apenas saber o que aprenderam, mas como aprenderam. Espero que tenham adquirido importantes e valiosos atributos, características e virtudes[humanas]», disse, acrescentando: «Espero que tenham aprendido a tornarem-se pessoas com um alto grau de integridade, sempre comprometidas com a luz da verdade, bondade e beleza, para que de forma honrada possam servir os vossos familiares e amigos, e o local onde vivam, seja em Macau, na China[continental]ou em qualquer outra parte do mundo».

Neste contexto, D. Stephen Lee esclareceu: «Esta determinação em honrar e servir o próximo, alicerçada na aprendizagem que vos foi transmitida com o objectivo de pensarem de forma rigorosa, critica e criativa, é a missão de qualquer universidade católica. É a missão da USJ».

Perto de encerrar o discurso, o prelado reforçou a ideia da importância do trabalho em prol do desenvolvimento da sociedade: «Aos finalistas locais digo que deveis estar confiantes em assumir o vosso papel na construção do futuro de Macau e da nossa Mãe-Pátria, a China. Aos estudantes estrangeiros, digo que deveis estar confiantes para servir os vossos países, sempre conscientes que têm amigos em Macau; amigos na China. Dou-vos a garantia que a USJ, e todos nós, iremos continuar a apoiar-vos e a rezar por vós».

A entrega de diplomas aos finalistas de 2020 decorreu na Torre de Macau, numa cerimónia que não contou com a presença de familiares e amigos, devido às restrições impostas pelo Covid-19.

Ao todo, foram conferidos quatro diplomas de doutoramento nas áreas de Gestão de Empresas, e Educação e Ciência; 76 diplomas de mestrado; 114 diplomas de licenciatura; três diplomas de associado em Tradução e Interpretação Português-Chinês; e 175 diplomas de pós-graduação em Educação.

O reitor da Universidade de São José, diácono Stephen Morgan, colocou a tónica no desempenho dos alunos em tempo de pandemia. «Concluir um grau académico é sempre um desafio. Requere determinação e perseverança, trabalho árduo e empenho. (…)Fazê-lo num contexto de epidemia tornou todo o processo muito mais difícil para vós. E ainda assim conseguiram-no de forma soberba», sublinhou, enaltecendo o facto de muito provavelmente as últimas três gerações de estudantes jamais terem passado por um período tão conturbado. «A USJ sente-se abençoada por vos ter como alunos», afirmou.

Segundo uma nota de Imprensa emitida pela Universidade, “durante a cerimónia, assistiu-se à nomeação de Lucas Lo como membro inaugural do Conselho de Benfeitores promovido pelo chanceler da Universidade de São José, pelo seu contributo, empenho e generosidade de longa data na área da Educação em Macau, com atenção especial à Universidade de São José”.

A presidir a cerimónia, em representação do Chefe do Executivo, esteve a Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie U, que reiterou o apoio do Governo à Universidade de São José, felicitou os seus responsáveis pelo trabalho efectuado até ao momento e congratulou os finalistas pela obtenção dos diplomas entregues minutos antes.

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OPINIÃO

Diferente de Hong Kong

Em Macau, a maioria dos alunos iniciou o corrente ano lectivo nos dias 4 e 7 de Setembro.

À semelhança de anos anteriores, a Associação das Escolas Católicas de Macau assinalou o Dia do Professor e o arranque das aulas com uma cerimónia em que juntou os directores e alguns docentes e alunos das instituições de ensino de inspiração católica aqui do território.

Mais uma vez, o Governo de Macau esteve representado no evento, tendo a Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura reiterado o apoio do Executivo à diocese de Macau no que respeita ao desenvolvimento do Ensino Privado e – no caso em específico – do Ensino Católico.

Esta posição contrasta quase totalmente com o que se passa em Hong Kong, uma vez que na ex-colónia britânica há anos que a Diocese e o Governo de Hong Kong travam duras batalhas judiciais. A razão prende-se com o facto do Governo ter aprovado uma lei que lhe permite nomear um representante para o conselho directivo das escolas católicas, o que é visto pela diocese de Hong Kong como uma clara ingerência da Administração Pública na gestão das escolas detidas pela Diocese ou sob a gestão de ordens e congregações religiosas.

Em Macau, o Governo local subsidia em grande medida as obras de construção e de remodelação de todos os estabelecimentos de ensino – sejam eles públicos ou privados; de inspiração católica ou intimamente ligados a outras religiões –, bem como uma grande percentagem do valor das propinas dos alunos.

É caso para dizer que também no que respeita à Educação, Macau e Hong Kong vivem realidades distintas, quando apenas distam sessenta quilómetros uma da outra… em linha recta.

José Miguel Encarnação

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