A Visão de Susana Mexia
Ainda no rescaldo do cinquentenário do festival Woodstock e do início do movimento contra a corrente dominante, conhecido por New Age ou Nova Era, propus-me conhecer algo mais sobre esta nebulosa, responsável por uma mudança de paradigmas no Ocidente, adulada e adorada por uns e diabolizada por outros.
Do ponto de vista da Igreja Católica é bem claro que se lhe opõe, são muitos os documentos que esclarecem os cristãos das diferenças e respectivos perigos que correm ao aderirem a práticas consideradas pagãs e perniciosas para a alma e para o corpo, na medida em que se afastam de Deus e se identificam com deuses, negam a transcendência, procuram destronar o Criador e elevar a criatura.
Porém, era meu desejo conhecer uma perspectiva mais neutra, sem ligações ao movimento, e com uma análise crítica, reflexiva, social e política desta moda ou tendência que muito se reflecte no nosso quotidiano, da qual se sabe pouco, e as opiniões divergem, quer no campo da Ciência, quer no da espiritualidade e nos métodos terapêuticos que são por alguns considerados placebos e por outros técnicas indispensáveis para o seu equilíbrio físico, mental e psicológico.
Foi neste contexto que descobri um livro de excelência, que analisa o movimento New Age de forma desapaixonada, levanta questões, dá respostas, esclarece e insere os seus efeitos e eventuais consequências no contexto social cultural ocidental. A “Ideologia do New Age” é um livro da autoria de Michel Lacroix, cujas pesquisas incidem sobre os problemas da sociedade e sobre a evolução das ideologias.
Considerando o percurso académico de Michel Lacroix e sabendo da inexistência de qualquer vínculo religioso no seu trabalho, este estudo sobre a Nova Era apresenta-se com uma indiscutível imparcialidade, onde imperam simplesmente os seus conhecimentos filosóficos, sociológicos e a sua capacidade de abranger de forma sucinta e clara a amplitude e as consequências do tema abordado.
Com a chancela do Instituto Piaget, esta obra insere-se num espaço de interdisciplinaridade do saber necessário à construção do conhecimento, propiciando a compreensão, a reflexão e o indispensável diálogo que conduz e orienta a humanidade nas escolhas e opções que faz da sua vida, com liberdade e conhecimento das realidades circundantes.
Susana Mexia