Sete coros, cinco religiões, muita melodia
As cinco principais religiões presentes na RAEM juntaram esforços para assinalar, no passado Domingo, o 22.º Aniversário da Transferência de Soberania de Macau entre Portugal e a China. A efeméride foi comemorada com um concerto de música.
O espectáculo, que decorreu no empreendimento “The Broadway Macau” e contou com o apoio da operadora de jogo Galaxy Entertainment Group, foi organizado em conjunto pela Associação Católica Cultural de Macau, Associação Budista Geral de Macau, Assembleia Espiritual dos Bahá’ís de Macau, Área Missionária de Macau da Igreja Anglicana em Hong Kong e pela Associação Taoista de Macau. Entre a assistência, para além dos principais líderes religiosos do território, estiveram o antigo Chefe do Executivo Edmundo Ho, na qualidade de vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês; Fu Tiesheng, director-geral do Departamento de Coordenação do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM; e Mok Ian Ian, presidente do Instituto Cultural.
No discurso que proferiu na ocasião, o bispo de Macau, D. Stephen Lee, defendeu que a música é verdadeiramente uma linguagem universal e possui o poder de aproximar as pessoas, independentemente da nacionalidade, da raça e da fé que professam. O prelado, que é também presidente da Associação Católica Cultural de Macau, mostrou-se satisfeito com o reforço do diálogo e do intercâmbio religioso, e garantiu que a Igreja Católica em Macau está aberta a novas iniciativas desta natureza.
LINGUAGEM UNIVERSAL
Pelo palco do teatro do “The Broadway Macau” passaram um total de sete coros e “ensembles”, que interpretaram dezanove composições musicais. O Coro Diocesano e o coro Cathedral Schola representaram a Igreja Católica na edição inaugural do Concerto das Cinco Religiões, explicou a directora-executiva da Associação Católica Cultural de Macau, Joni Cheng, em declarações a’O CLARIM. «A Associação Católica Cultural de Macau convidou o Cathedral Schola e o Coro Diocesano para apresentar em conjunto de cinco obras clássicas da música sacra. A música sacra é composta especificamente para a Liturgia. O reportório incluía canções em Latim, Inglês e Cantonense, e abrangia tanto temas tradicionais polifónicos como hinos modernos», referiu a dirigente. «Entre as obras apresentadas estiveram “Jesus, Eu Confio em Ti”, do padre Tadeu Tang, e “O Meu Espírito Deseja o Senhor”, que foi apresentado pela primeira vez em Macau. Como estamos no Tempo do Advento, o repertório também abrangia um hino de Natal – “No Inverno Pleno e Desolador” – que antecipou um pouco da atmosfera do Natal», acrescentou Joni Cheng.
Subiram também ao palco grupos budistas e taoistas, um “ensemble” Bahá’í e dois coros anglicanos.
«A música sacra ajuda a construir pontes que aproximam as pessoas do sobrenatural. Santo Agostinho costumava dizer que quem canta, reza duas vezes. É por isso que a Igreja Católica assumiu o compromisso de promover a música tradicional e a música sacra chinesa; de louvar o Senhor através do cântico e de espalhar a boa-nova do Evangelho, fazendo uso da beleza e do poder da música», concluiu Joni Cheng.
MARCO CARVALHO