Himalaias de novas oportunidades
A Região Autónoma do Tibete quer reforçar a sua presença no mapa nacional e internacional dos negócios. O CLARIMesteve presente na “5.ª Exposição de Turismo e Cultura de Xizang – China” e ouviu da boca de vários dirigentes governativos a garantia de virem a auxiliar todos os projectos que considerem relevantes para o desenvolvimento do Tibete. Do outro lado da Grande China abrem-se, assim, novas oportunidades.
A Região Autónoma do Tibete quer que as empresas de outras regiões e províncias da China invistam no seu território. A mensagem foi transmitida a’O CLARIMpor Ren Wei, membro do Comité Permanente da Comissão Política do Partido Comunista na Região Autónoma do Tibete.
«Queremos que as empresas invistam no Tibete!», disse Ren Wei, em conclusão à resposta a uma pergunta formulada pel’O CLARIMna conferência de Imprensa que encerrou a “5.ª Exposição de Turismo e Cultura de Xizang [Tibete] – China”.
Questionado quanto às medidas a implementar com o objectivo de acelerar a execução de novos investimentos, por parte de outras províncias e regiões, Ren Wei explicou o procedimento em vigor: «Para todos os projectos é elaborado um documento. De seguida, ajudamos a colmatar dificuldades como a obtenção de fundos e a contratação de talentos». O responsável defende que «este procedimento deve ser executado com toda a justiça, por meio de serviços transparentes».
Um dos projectos já executados com a ajuda do referido procedimento, denominado “Vale de Milhões de Flores”, situa-se junto à cidade de Nyingchi. Trata-se de um projecto de agroturismo, sendo a sua principal actividade o cultivo de flores.
A “5.ª Exposição de Turismo e Cultura de Xizang – China” decorreu no Centro de Exposições e Convenções de Lhasa, entre os dias 16 e 18 de Junho. Participaram delegações políticas e empresariais de regiões e províncias da China – Fujian fez-se representar ao mais alto nível –, e de países como o Nepal, a Mongólia e a Coreia do Sul. É intenção dos organizadores do certame convidar delegações dos outros continentes em futuras edições.
O Tibete faz fronteira com Índia, Nepal, Butão e Myanmar, estando nas prioridades do Governo da Região Autónoma «preservar a integridade territorial da China», acentuou Ren Wei, para quem «é essencial manter a paz nas fronteiras da China».
Durante os três dias da exposição, visitantes (só no primeiro dia foram registadas mais de 120 mil entradas no certame) e empresas (cerca de mil nacionais e internacionais, de acordo com o China Daily) tiveram a oportunidade de contactar de perto com altos dignitários políticos locais e com os produtos e o Conhecimento actualmente oferecidos pelo Tibete ao resto da China e ao mundo. Os seus principais sectores são a agricultura, os têxteis (roupa e calçado tradicionais), a indústria (ex: produção de gases hospitalares e extracção de terras raras) e a alimentação, para além do turismo.
Dado o potencial de negócios no Tibete ser elevado, Ren Wen sublinhou que «a prioridade são as empresas». Para tal é necessário «facilitar todos os procedimentos» para a sua fixação, reforçou.
José Miguel Encarnação
N.d.R.: O CLARIM deslocou-se à Região Autónoma do Tibete a convite do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM. E participou na “5.ª Exposição de Turismo e Cultura de Xizang – China” a convite da comissão organizadora do evento.