Os Ministros Sagrados são os Patrões da Igreja?
Três características descrevem os ministros sagrados:
1– A primeira característica é que eles não são “patrões”, ou “chefes”, mas «escravos de Cristo» (Romanos 1:1). O objecto da sua chamada é o Serviço – é por isso que são chamados de “ministros” (do Latim “ministrare” – “servir”).
Jesus disse explicitamente aos seus apóstolos: «Vós sabeis que os governantes dos gentios dominam-nos, e os seus grandes senhores exercem a autoridade sobre eles. Não será assim entre vós: mas antes quem for grande de entre vós deverá ser o Seu servo, e qualquer um de vós que seja o primeiro de entre vós deverá ser Seu escravo. Assim como o Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida como resgate para muitos» (Mateus 20:25-28; Marcos 10:42-45).
O Catecismo da Igreja Católica refere no ponto 876: “Intrinsecamente ligado à natureza sacramental do ministério eclesial está o seu carácter de serviço. Com efeito, inteiramente dependentes de Cristo, que lhes dá missão e autoridade, os ministros são verdadeiramente «servos de Cristo» (Romanos 1:1), à imagem do mesmo Cristo que por nós livremente tomou «a forma de servo» (Fl., 2, 7). E uma vez que a palavra e a graça, de que são ministros, não são deles, mas de Cristo que lhas confiou para os outros, eles tornar-se-ão livremente servos de todos (I Corintios 9:19)”.
2– As suas chamadas e o seu ministério são colegiais. Os ministros sagrados não são livres.
O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (nº 180) diz: “A exemplo dos doze Apóstolos escolhidos e enviados por Cristo, a união dos membros da hierarquia eclesiástica está ao serviço da comunhão dos fiéis. Cada Bispo exerce o ministério, como membro do colégio episcopal, em comunhão com o Papa, participando com ele na solicitude pela Igreja universal. Os sacerdotes exercem o seu ministério no presbitério da Igreja particular, em comunhão com o próprio Bispo e sob a sua condução”.
O CIC (nº 880) explica a base desta colegialidade: “Cristo, ao instituir os Doze, «deu-lhes a forma dum corpo colegial, quer dizer, dum grupo estável, e colocou à sua frente Pedro, escolhido de entre eles» (Lumen Gentium 19; Lucas 6:13; João 21:15-17). «Assim como, por instituição do Senhor, Pedro e os outros apóstolos formam um só colégio apostólico, assim de igual modo o pontífice romano, sucessor de Pedro, e os bispos, sucessores dos Apóstolos, estão unidos entre si» (Lumen Gentium 22; Código de Direito Canônico 330)”.
3– A ligação dos ministros sagrados também é pessoal.
O ponto 181 do CCIC sublinha: “O ministério eclesial tem também um carácter pessoal, pois, em virtude do sacramento da Ordem, cada um é responsável diante de Cristo, que pessoalmente o chamou, conferindo-lhe a missão”.
RESPONSABILIDADES DENTRO DA HIERARQUIA
Qual é a missão do Papa? O CCIC 182 dá a resposta: “O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja. É o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por instituição divina, tem poder, pleno, supremo, imediato e universal”.
E quanto ao Colégio dos Bispos? Mais uma vez, o CCIC responde: “O colégio de bispos em união com o Papa, e nunca sem ele, também exerce autoridade suprema e plena sobre a Igreja” (CCIC nº 183).
Pe. José Mario Mandía