TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (48)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (48)

O Mundo apareceu por acaso?

Deus é infinitamente inteligente, e também infinitamente amoroso. Quando Ele actua, fá-lo com um propósito que está de acordo com a Sua infinita Sabedoria, Conhecimento e Amor. Esse propósito é a própria glória de Deus e a alegria do Homem. O Catecismo da Igreja Católica no ponto nº 53 (e também nos pontos número 293, 294 e 319) diz-nos: “O mundo foi criado para glória de Deus que quis comunicar e mostrar a Sua Bondade, Verdade e Beleza. O objectivo final da criação é que Deus, em Cristo, possa ser ‘tudo em tudo’ (I Coríntios 15:28) para Sua glória e nossa felicidade. ‘A glória de Deus é um Homem totalmente vivo; além disso, a vida do Homem é a visão de Deus’ (Santo Ireneu)”.

Quando aquele menino perguntou ao Papa Francisco o que é que Deus fazia antes d’Ele ter criado o Mundo, o Santo Padre explicou que Deus estava infinitamente feliz, infinitamente amoroso. E assim quis Ele partilhar a sua felicidade e amor com os outros. Foi por isso que nos criou.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, Deus mostra a Sua Verdade, Bondade e Beleza na criação.

A CRIAÇÃO É VERDADEIRA E RACIONAL

Como a criação foi concebida por Deus, que é todo Sabedoria, Ele criou pela Sua Palavra (Logos = razão), e à sua ordem, sistemática, racional. O CIC (nº 295) cita o livro da Sabedoria (11:20): “Vós arranjastes todas as coisas, à medida, número e peso”.

A existência da Ciência prova que o mundo é racional. Se não fosse assim, não seríamos capazes de formular leis científicas. Se tudo aparecesse por acaso e de qualquer maneira, não haveria lugar para a Ciência. Por outro lado, se algo é ordenado, sistemático, racional, então pode ser estudado e compreendido pela nossa mente humana. É por isso que a História demonstra que o Cristianismo trouxe o desenvolvimento e progresso da Ciência, porque o Cristianismo ensina que o mundo não é gerido por forças irracionais.

A nossa Fé diz-nos que Deus colocou uma certa ordem, um padrão ou sistema, para que a nossa mente possa descobrir, entender e utilizar os resultados da Criação. Por outro lado, quando negamos a existência de um Criador sensato, é fácil cair-se na superstição. O Cristianismo fornece a configuração correcta para o estudo científico; o ateísmo gera superstição.

A CRIAÇÃO É DEUS

O livro do Génesis (1:4, 10, 12, 18, 21, 31) conta-nos: «E Deus viu que isso era bom… muito bom».

São Josemaría Escrivá escreveu em “Passionately Loving the World” (“Amando o Mundo Apaixonadamente”): “Existe algo de santo, algo divino, escondido nas coisas mais comuns de todos os dias. E cabe a cada um de nós descobri-lo”.

Este facto nem sempre nos é evidente. Quando vemos bondade noutras pessoas, quando as coisas nos correm bem, é fácil concluir que Deus é bom. A Fé diz-nos que as coisas que Deus faz são boas, mesmo quando a vida não nos corre como planeámos ou gostaríamos. Tudo o que vem das mãos de Deus é bom. O que precisamos é de cultivar a nossa fé, para vermos para além deste mundo materialista, para podermos descobrir o “algo divino” escondido nas coisas comuns de todos os dias.

O problema surge quando a nossa definição de “bom” é limitada aos bens que podemos tocar e apreciar aqui na terra. Mas Deus não pretende que vivamos para sempre neste mundo. Quando referimos o Deus “bom”, antes do mais estamos a falar de tudo o que nos leve de volta à nossa verdadeira morada (CIC nº 305). Isto responde parcialmente à pergunta sobre a existência do “mal” – um assunto a que voltaremos mais tarde.

A CRIAÇÃO É BELA

De acordo com São Tomás de Aquino, a beleza é o que agrada quando vemos algo. A beleza de Deus reflecte-se assim nas coisas que Ele criou. Quando contemplamos a Natureza, somos levados a quem a desenhou e construiu. O Catecismo da Igreja Católica (nº 341) sublinha: “A beleza da criação reflecte a beleza do Criador e deve inspirar o respeito e a submissão do intelecto e da vontade do homem”.

Pe. José Mario Mandía

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