TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (161)

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Quais são os efeitos do Sacramento do Matrimónio?

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica resume os efeitos do Sacramento do Matrimónio, no ponto 346:

1. VÍNCULO PERPÉTUO E EXCLUSIVO

“O sacramento do Matrimónio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo. O próprio Deus sela o consentimento dos esposos. Portanto o Matrimónio concluído e consumado entre baptizados não pode ser nunca dissolvido”.

O que significam os termos “concluído” e “consumado”? O cânone 1061, do Código de Direito Canónico, define-os da seguinte forma:

“1– O matrimónio válido entre baptizados diz-se somente rato, se não foi consumado; rato e consumado, se os cônjuges entre si realizaram de modo humano o acto conjugal de si apto para a geração da prole, ao qual por sua natureza, se ordena o matrimónio, e com o qual os cônjuges se tornam uma só carne.

2– Celebrado o matrimónio, se os cônjuges tiverem coabitado, presume-se a consumação, até que se prove o contrário.

3– O matrimónio inválido diz-se putativo se tiver sido celebrado de boa fé ao menos por uma das partes, até que ambas venham a certificar-se da sua nulidade”.

2. GRAÇA SACRAMENTAL

O ponto 346 do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica refere ainda: “Este sacramento confere também aos esposos a graça necessária para alcançar a santidade na vida conjugal e para o acolhimento responsável dos filhos e a sua educação”.

Segundo o Papa Francisco, «o Matrimónio corresponde a uma vocação específica e deve ser considerado uma consagração(Gaudium et spes, 48; Familiaris consortio, 56). É uma consagração: o homem e a mulher são consagrados no seu amor» (Audiência Geral de 2 de Abril de 2014).

Esta consagração chama-os a lutar pela santidade na vida conjugal e familiar. São Josemaría Escrivá insistia constantemente nesta ideia: “Os casais cristãos devem estar conscientes de que são chamados à Santidade a si mesmos e a santificar os outros, e que são chamados a ser apóstolos e que seu primeiro apostolado é no lar. Devem compreender que constituir família, educar os filhos e exercer uma influência cristã na sociedade são tarefas sobrenaturais. A eficácia e o sucesso da sua vida – da sua felicidade – depende em grande parte da sua consciência pela sua missão específica.

Não devem esquecer que o segredo da felicidade conjugal está nas coisas quotidianas, e não nos devaneios. Está em encontrar a alegria oculta de voltar para casa à noite, nas relações afectivas com os filhos, no trabalho quotidiano em que toda a família colabora; no bom humor diante das dificuldades que devem ser enfrentadas com espírito desportivo; em fazer o melhor uso de todas as vantagens que a civilização nos oferece para nos ajudar a criar os filhos, tornar a casa agradável e a vida mais simples. Eu digo constantemente àqueles que foram chamados por Deus para formar um lar, que se amem sempre, que se amem com o amor da juventude.

Quem pensa que o amor termina quando começam as preocupações e as dificuldades que a vida traz consigo, tem uma má ideia do que é o matrimónio, o qual é um sacramento, um ideal e uma vocação. É precisamente então que o amor se fortalece.

As torrentes de preocupações e dificuldades são incapazes de afogar o amor verdadeiro porque as pessoas que se sacrificam generosamente juntas são aproximadas pelo seu sacrifício. Como dizem as Escrituras, aquae multae non potuerunt extinguere caritatem(‘muitas águas não podem apagar a caridade’. O mesmo será dizer que por mais dificuldades que haja, o amor jamais será extinto)” (Conversations with Monsignor Escriva de Balaguer – título em Inglês).

Pe. José Mario Mandía

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