Como alguém faz para confessar os pecados?
“Tal como todos os sacramentos, a Penitência é uma acção litúrgica”, refere o Catecismo da Igreja Católica, no ponto 1480, elencando de seguida os elementos incluídos no rito: 1– o padre e o penitente fazem o sinal da cruz após o qual o sacerdote saúda o penitente e o exorta a confessar os seus pecados “com verdadeira dor” (Ritual da Confissão); 2– o penitente confessa os seus pecados; 3– o padre dá alguns conselhos e impõe uma penitência; 4– o padre dá a absolvição e pode terminar com “uma oração de acção de graças e louvor”.
Na Igreja latina existem três Ritos de Reconciliação:
1. Rito para a Reconciliação de Penitentes Individuais
O Catecismo da Igreja Católica ensina-nos, no ponto 1484: “A confissão individual e íntegra e a absolvição constituem o único modo ordinário pelo qual o fiel, consciente de pecado grave, se reconcilia com Deus e com a Igreja: somente a impossibilidade física ou moral o escusa desta forma de confissão (OP 31). Há razões profundas para que assim seja. Cristo age em cada um dos sacramentos. Ele dirige-Se pessoalmente a cada um dos pecadores: «Meu filho, os teus pecados são-te perdoados» (Mc., 2, 5); Ele é o médico que Se inclina sobre cada um dos doentes com necessidade d’Ele (Mc., 2:17) para os curar: alivia-os e reintegra-os na comunhão fraterna. A confissão pessoal é, pois, a forma mais significativa da reconciliação com Deus e com a Igreja”.
A ideia acima é reiterada por São João Paulo II na Exortação “Reconciliação e Penitência” (Reconciliatio et Paenitentia) e noutras publicações como “Cartas de São João Paulo II aos sacerdotes”.
2. Rito para a Reconciliação de Vários Penitentes com Confissão e Absolvição Individuais
Este formato é descrito no ponto 1482 do Catecismo da Igreja Católica: “O sacramento da Penitência pode também ter lugar no âmbito duma celebração comunitária, na qual se faz uma preparação conjunta para a confissão e conjuntamente se dão graças pelo perdão recebido. Neste caso, a confissão pessoal dos pecados e a absolvição individual são inseridas numa liturgia da Palavra de Deus, com leituras e homilia, exame de consciência feito em comum, pedido comunitário de perdão, oração do Pai Nosso e acção de graças em comum. Esta celebração comunitária exprime mais claramente o carácter eclesial da penitência. No entanto, seja qual for a forma da sua celebração, o sacramento da Penitência é sempre, por sua própria natureza, uma acção litúrgica, portanto eclesial e pública (Sacrosanctum Concilium 26-27)”.
3. Rito para a Reconciliação de Penitentes com Confissão e Absolvição Geral
Este formato, por sua vez, é descrito no ponto 1483 do Catecismo da Igreja Católica: “Em casos de grave necessidade, pode-se recorrer à celebração comunitária da reconciliação, com confissão geral e absolvição geral. Tal necessidade grave pode ocorrer quando há perigo iminente de morte, sem que o sacerdote ou os sacerdotes tenham tempo suficiente para ouvir a confissão de cada penitente. A necessidade grave pode existir também quando, tendo em conta o número dos penitentes, não há confessores bastantes para ouvir devidamente as confissões individuais num tempo razoável, de modo que os penitentes, sem culpa sua, se vejam privados, durante muito tempo, da graça sacramental ou da sagrada Comunhão. Neste caso, para a validade da absolvição, os fiéis devem ter o propósito de confessar individualmente os seus pecados graves em tempo oportuno (Código do Direito Canônico, can. 962). Pertence ao bispo diocesano julgar se as condições requeridas para a absolvição geral existem (idem). Uma grande afluência de fiéis, por ocasião de grandes festas ou de peregrinações, não constitui um desses casos de grave necessidade (idem)”.
Repare-se no ênfase dado à confissão pessoal e à absolvição. Cristo, o Bom Pastor, sempre cuida das suas ovelhas, uma por uma.
Pe. José Mario Mandía