O que a Carta aos Hebreus nos revela sobre a Missa?
A Carta aos Hebreus é um tesouro de informação sobre a Santa Missa. Ela dá as seguintes afirmações:
1– Jesus Cristo inaugura um novo e superior Pacto. Ele é o mediador de uma aliança melhor, promulgada com base em maiores promessas (cf 8:6). Ele anula ou elimina a primeira aliança, de forma a estabelecer a segunda aliança (cf 8:13, 10:9).
2– A nova aliança contém um sacrifício superior. As muitas formas de sacrifícios da Antiga Lei eram apenas simbólicas: «É impossível que o sangue de touros e cabras apagassem os pecados(cf 10:4; 10:10)».
«Ele fê-lo de uma vez por todas quando se ofereceu(cf 7:27)», ao contrário dos sacerdotes da Antiga Aliança, cujas «oferendas (…)nunca podiam tirar os pecados (cf 10:11)».
«Com uma única oferta, Ele aperfeiçoou para todo o sempre aqueles que são santificados (cf 10:14)».
3– Este sacrifício é oferecido por um superior Sumo Sacerdote Eterno. Ele não é como os sacerdotes do Antigo Testamento na ordem do levita, mas um sacerdote «depois da ordem de Melquisedeque(cf 5:10; 6:20)». «Melquisedeque era rei de Salem e introduziu o pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo(Génesis 14:18)»; era o sacerdote eterno: «Ele não tem pai, nem mãe, nem genealogia, e não tem início dos dias nem fim de vida, mas há semelhança do Filho de Deus continua sacerdote para sempre(cf 7:3)».
«Os anteriores sacerdotes eram numerosos, porque eram impedidos pela morte de continuar no cargo. Já Ele continua no seu sacerdócio permanente, porque continua para sempre. Por conseguinte, Ele pode salvar para sempre aqueles que por Sua intercepção se aproximam de Deus, pois vive para sempre para interceder por eles. Era pois apropriado que tivéssemos um Sumo Sacerdote, santo, irrepreensível, imaculado, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus(cf 7:23-26)».
4– Vítima Superior. Ele «ofereceu-se para apagar os pecados de muitos(Hebreus 9:28)». Não há necessidade de repetir o Seu sacrifício. Cada Missa não é um sacrifício diferente, apenas o sacrifício da Cruz.
Um simples sacrifício de Cristo concede-nos perdão para todos os pecados, tenham estes ocorrido no passado, no presente ou no futuro. «E por essa vontade teremos sido santificados por meio da oferta do corpo de Jesus Cristo para sempre(cf 10:10)».
Então de que adianta ir à Missa?
Vamos à Missa para obter os frutos do sacrifício de Jesus. Esses frutos são concedidos a quem se aproxima e pede, mas não são concedidos automaticamente a todos. Cristo respeita a nossa liberdade de aceitá-los ou recusá-los.
Imaginem ir a um banquete onde o anfitrião preparou todo o tipo de comida. Não basta, porém, estar presente para desfrutar do que foi cozinhado. É preciso tomar para si o que se deseja. Claro que se sentiremos fome e até acabaremos por morrer se nunca o fizermos.
A MISSA É A ORAÇÃO
MAIS PODEROSA
Jesus Cristo é o Mediador Supremo. A Sua oração é mais eficaz do que todas as nossas orações juntas. É por isso que a Missa cumpre perfeitamente os quatro fins da oração. São eles:
1– Adoração ou Oração: o Catecismo da Igreja Católica, nos pontos 1359 e 1361, explica que a Missa é o sacrifício do agradecimento. É a acção de adoração mais perfeita que o homem pode dar a Deus, porque aquele que louva em nosso nome é o Próprio Homem Perfeito. Nenhum outro “culto” se pode igualar à Missa em valor.
2– Acção de Graças(CIC nos1359 e 1360): A Missa é a melhor forma de agradecer a Deus por nos ter criado, por nos redimir, por nos santificar e por nos dar o que necessitamos.
3– Petição(CIC nos2629 e 1414): A Missa é a oração suprema de petição, porque quem reza é o próprio Jesus. Ninguém pode agradar mais ao Pai do que o Filho Amado. A oração de Jesus na Missa é omnipotente.
4– Expiação e Reparação: (CIC no2631): Os infinitos méritos de Jesus Cristo cobrem todos os pecados e falhas de todos os homens. Nenhuma outra oração contém tanto mérito como o Santo Sacrifício do Altar.
Pe. José Mario Mandía