Quão necessitamos dos Sacramentos?
Vimos antes que com os sete sinais sagrados instituídos por Jesus Cristo, Deus deu ao Homem (1) vida para a sua alma, (2) luz para a sua mente e (3) força para a sua vontade. Esses sinais são os já nossos conhecidos “Sacramentos”.
Ora, quão desesperadamente precisamos dos Sacramentos?
NECESSIDADE DA GRAÇA SANTIFICANTE– A vida sobrenatural é algo de que todos nós necessitamos. Sem ela estaríamos condenados a uma vida de frustração eterna depois da morte (ou seja, condenados ao Inferno). E onde é que podemos obter a vida sobrenatural? Como já compreenderam, por intermédio dos Sacramentos. Quando faltar esta vida sobrenatural, esta graça santificante, por culpa do pecado original, podemos sempre obtê-la por meio do Baptismo. Se a perdermos por culpa do pecado mortal, podemos recuperá-la por meio da Confissão.
Os Sacramentos do Baptismo e da Confissão costumavam ser denominados como “Sacramentos dos Mortos”, porque dão vida às almas que se encontram espiritualmente mortas. Os outros Sacramentos são os chamados “Sacramentos dos Vivos”, porque para recebê-los é preciso estar espiritualmente vivo, ou seja, é preciso estar no estado de graça santificante. Os Sacramentos dos Vivos aumentam em nós a graça santificante.
NECESSIDADE DAS GRAÇAS ACTUAIS– Os Sacramentos não dão apenas vida. Eles iluminam as nossas mentes e fortalecem a nossa vontade. Dão-nos as graças actuais que nos ajudam a pensar, falar e agir como filhos de Deus.
As graças actuais ajudam o nosso intelecto, o qual muitas vezes está nublado com fantasias, paixões ou orgulhos. Ajudam-nos a compreender Deus, o mundo e nós próprios; ajudam-nos a fazer julgamentos correctos e auxiliam o nosso raciocínio.
As graças actuais fortalecem a nossa vontade para que possamos gerir as nossas emoções e paixões, em vez de sermos dominados por elas. Têm o dom de aumentar a nossa capacidade para enfrentarmos desafios e superarmos as adversidades.
Através dos Sacramentos e da oração ficamos unidos a Jesus, de quem emanam todas as graças: «Permanecei em mim, e Eu permanecerei em vós. Nenhum ramo pode produzir fruto por si mesmo, se não estiver ligado à videira. Vós igualmente não podeis dar fruto por vós mesmos, se não permanecerdes unidos a mim. Eu Sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e Eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim não podeis realizar obra alguma. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Então, esses ramos são juntados, lançados ao fogo e queimados. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que desejardes, e vos será concedido (João 15:4-7)».
Um cristão que deseje ser salvo tem que rezar e receber os Sacramentos. Um cristão que deseja ser santo e ser um apóstolo efectivo deve rezar sempre e receber frequentemente os Sacramentos.
O Papa Francisco, na Audiência Geral de 21 de Março de 2018, disse: «Hoje é o primeiro dia de Primavera: Boa Primavera! Mas o que acontece na Primavera? Florescem as plantas, florescem as árvores. Far-vos-ei algumas perguntas. Uma árvore ou uma planta doentes, florescem bem, se estão doentes? Não! Uma árvore, uma planta que não for regada pela chuva ou artificialmente, pode florescer bem? Não! E uma árvore ou uma planta das quais foram tiradas as raízes, ou que não as têm, podem florescer? Não! Mas pode-se florescer sem raízes? Não! E esta é uma mensagem: a vida cristã deve ser uma vida que precisa de florescer em obras de caridade, em gestos de bem. Mas se tu não tens raízes, não poderás florescer; e quem é a raiz? Jesus! Se ali, nas raízes, não estiveres com Jesus, não florescerás! Se não regares a tua vida com a oração e os sacramentos, terás flores cristãs? Não! Porque a oração e os sacramentos irrigam as raízes e a nossa vida floresce. Faço-vos votos a fim de que esta Primavera seja para vós uma Primavera florida, como será a Páscoa florescida. Florida de boas obras, de virtudes, de gestos de bem para os outros. Recordai isto, é um pequeno verso muito bonito da minha Pátria: “O que a árvore tem de florescido vem daquilo que tem de enterrado”. Nunca cortemos as raízes com Jesus».
Pe. José Mario Mandía