QOHÉLETe o desafio do Advento
Ao iniciar o Novo Ano Litúrgico com o Advento, recordei-me do livro de “QOHÉLET” onde se lê que “tudo são vaidades”. Segundo ouvi alguém, no original o que estará escrito será algo como “tudo esfumaça”, bem mais revelador da condição deste mundo – o hoje evapora-se a uma velocidade relâmpago e aquilo que está a acontecer, deixa de o ser.
Na realidade, cada Advento é um desafio para todo o cristão. Se por um lado, o íntimo da sua alma apela “Vem Senhor Jesus”, por outro, os preparativos do Natal empurram-nos para um mergulho no mundano que se não temos cuidado ficamos asfixiados de luzes, ruído, trânsito, compras e não há lugar para Aquele que jamais passará e que será o nosso Companheiro, na eternidade.
Ao iniciar este tempo podemos observar que pouco recordamos o que foram as pressas, os trabalhos que tivemos, as horas que corremos no Natal anterior, mas, se não nos tivermos deixado abafar pelo mundano, recordar-nos-emos da vinda de Jesus. As horas que passámos junto do Deus-Menino e da imensa dificuldade que tivemos em despedir do presépio, esperando ansiosamente por esta altura. Como é bom olhar para um Deus que se quis indefeso, Senhor de tudo, mas que nasce sem nada.
Que o nosso Natal não seja “vaidade das vaidades!”.
Maria Guimarães
Professora