Quando o Mundo pára, a Igreja abraça

Quando o Mundo pára, a Igreja abraça

“Temos de ver o pouco que há de positivo. Eu, que não sou católica, até vi hoje um pouco da missa dominical na TV. E não é que me deu uma certa paz interior”.

Esta frase é retirada de um “post” do Facebook, escrito pela mãe de um dos meus melhores amigos. Conhecemo-nos há quase 23 anos, pouco tempo depois de regressar a Portugal para continuar os estudos na Universidade.

Amigos e iguais em muita coisa, em matérias como política e religião somos muito diferentes, em grande medida porque os nossos pais também o são nas mesmas matérias.

Sempre respeitando as diferenças de cada um – a família em questão é de uma educação extrema – recordo com saudade as conversas discordantes que tive durante os anos que estudei em Lisboa com o meu amigo e a mãe deste, sendo que nunca mudei a maneira de pensar de ambos e eles a minha. Mas a verdade é que o acto de conversar é muito mais atractivo ou mesmo desafiante quando se discorda do que quando se concorda.

Voltando ao início. Nos dias como os que vivemos, em que passámos da expectativa para a certeza; da certeza para a angústia; da angústia para o enfado; e do enfado para a resignação até que a tormenta acabe, vamos encontrando conforto naquilo que ainda há poucas semanas dávamos por adquirido, relativizávamos ou pouco acrescentava nas nossas vidas.

A Igreja, com “i” grande, isto é, NÓS, sempre esteve de portas abertas para acolher e encaminhar no sentido da descoberta da Luz. Acontece que também para ir ao encontro d’Ele é preciso parar. Agora que o mundo quase inteiro parou não é pois de estranhar que muitos sejam aqueles que hoje descobrem que também eles são parte integrante da Igreja, ou seja, parte integrante da Família Cristã da qual nunca ouviram falar ou se desviaram movidos por falsos julgamentos.

Diz o Salmo 23: «O Senhor é o meu pastor, nada me faltará». Assim é, e sempre será!

José Miguel Encarnação

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