Jovens são a prioridade da Igreja nos próximos anos
As Jornadas Mundiais da Juventude de 2022 vão realizar-se em Portugal, nos arredores de Lisboa. A quatro anos de distância, ainda não é lícito que a diocese de Macau venha a estar representada no evento. A possibilidade foi abordada pel’O CLARIM junto do Centro Pastoral Diocesano para a Juventude, que reiterou que a próxima edição do encontro, que se realiza no Panamá entre 23 e 27 de Janeiro, não vai contar com a presença de representantes do território.
Tammy Chio, secretária-geral do Centro Pastoral, adiantou que o organismo foi contactado por dois ou três jovens locais que manifestaram interesse em deslocar-se à América Central, mas a distância e o facto da demanda suscitada pelo certame não ter sido mais expressiva acabam por justificar a ausência de um grupo em representação da Igreja Católica em Macau.
Há três anos Tammy Chio coordenou a deslocação de um grupo de 33 jovens a Cracóvia, cidade polaca que acolheu a edição de 2016 das Jornadas Mundiais da Juventude. Apesar de estar já decidido que a experiência não se vai repetir no Panamá, a responsável encoraja os jovens do território a participar, pelo menos uma vez na vida, nas Jornadas Mundiais da Juventude. «Nunca me canso de dizer aos jovens que, tendo a possibilidade, devem tomar parte no evento. É uma experiência que alimenta o espírito, que lhes abre novos caminhos em termos de fé», explicou Tammy Chio, tendo acrescentado: «Muitos dos jovens que estiveram comigo nas Jornadas Mundiais da Juventude tornaram-se muito mais activos em termos de envolvimento nas actividades paroquiais depois de terem participado nas Jornadas».
«A deslocação a Cracóvia não foi a minha primeira presença nas Jornadas Mundiais da Juventude. Participei no evento pela primeira vez em Colónia, em 2005, e tornei-me responsável por organizar a deslocação ao certame alguns anos depois. O que posso dizer é que é uma experiência que abre horizontes», salientou Tammy Chio.
«Quem participa nas Jornadas regressa a casa com a fé reforçada. Apercebi-me que muitos dos jovens que estiveram comigo em Madrid, por exemplo, demonstraram um maior interesse em participar nos trabalhos da Igreja depois de regressarem ao território», referiu.
Apesar de Macau passar à margem da 15.ª edição das Jornadas Mundiais da Juventude, os mais jovens vão estar no cerne da actividade pastoral da Igreja durante os próximos três anos. «Estamos a discutir o que podemos fazer para atrair a juventude. Essa foi, de resto, a questão em foco no Sínodo dos Bispos, realizado em Outubro. Em consonância com o que ficou decidido, a Diocese criou um grupo que vai ter como incumbência precisamente este desígnio, mas isto é algo sobre o qual o bispo deverá falar atempadamente», concluiu a responsável.
Avançada no sábado passado, a informação de que Portugal vai acolher as Jornadas Mundiais da Juventude ainda não foi confirmada pelo Vaticano. O anúncio oficial deverá ser feito no Panamá, nas próximas Jornadas que decorrem no final de Janeiro e nas quais estará presente o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, para receber a passagem de testemunho do Papa e do bispo da Cidade do Panamá.
Marco Carvalho