Faleceu o padre Vítor Feytor Pinto
O padre Vítor Feytor Pinto, antigo coordenador nacional da Pastoral da Saúde, faleceu na última quarta-feira aos 89 anos de idade, anunciou a Paróquia do Campo Grande, em Lisboa.
“Faleceu esta manhã o nosso querido Padre Vítor Feytor Pinto, no Hospital da Luz. Foi para tantos o amigo generoso, o companheiro de caminhada, o padre profundo e feliz e um homem de pensamento que deixa um legado extraordinário. As saudades são muitas, mas sabemos que ele olha por nós, envolvido na ‘ternura maravilhosa de Deus que nos acolhe’”, indica uma nota divulgada pela Paróquia.
O velório, a missa de corpo presente e o funeral decorreram entre quarta e quinta-feira, tendo as cerimónias fúnebres sido presididas pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
O sacerdote, natural de Coimbra, foi ordenado na diocese da Guarda, a 10 de Julho de 1955, tendo ficado ligado à divulgação do Concílio Vaticano II no Movimento “Por um Mundo Melhor”; ao trabalho na Acção Católica e à vivência do 25 de Abril, antes de chegar à reflexão sobre a Pastoral da Saúde e a defesa dos direitos fundamentais; nos últimos anos, destacou-se pelo trabalho na Paróquia do Campo Grande.
Ao longo do seu ministério foi Assistente Nacional e Diocesano da Associação Católica de Enfermeiros e Profissionais de Saúde (ACEPS), Assistente Diocesano dos Médicos Católicos e Assistente Diocesano da Associação Mundial da Federação dos Médicos Católicos (AMCP), para além de ter sido fundador do Movimento de Defesa da Vida, em Lisboa.
No livro-entrevista “A Vida é sempre um valor”, lançado pelas Paulinas, o falecido monsenhor Feytor Pinto explicava a sua fé na “vida para além da vida”.
“São Paulo disse: ‘a vida não acaba, apenas se transforma e, desfeita a morada do exílio terrestre, adquirimos lá a nossa casa’. Eu estou profundamente convencido disto. E, para minha alegria, Isaías tinha dito, muito tempo antes: ‘No céu temos preparado um banquete com as mais maravilhosas iguarias’, para nos servir a todos, conforme vamos chegando. Eu acrescentaria: deve lá haver, de certeza, trouxas de ovos, de que eu gosto muito…”, gracejava.
“O mistério da morte é um tempo de passagem, mas a nossa razão de ser é a vida. Aqui temos de dá-la a conhecer, para que toda a gente sinta que não é destruída pela morte. Nem a morte nos destrói. Acredito profundamente nisto”, acrescentava.
In ECCLESIA