A força de um nome.
O jornal do Vaticano assinalou o quinto aniversário da eleição do Papa Francisco, destacando a “força de um nome” inédito na história dos 266 pontificados da Igreja Católica.
“Há cinco anos foram deveras poucos os que souberam prever a eleição em conclave do arcebispo de Buenos Aires, e menos ainda os que esperavam o nome que teria escolhido o sucessor de Bento XVI, depois da renúncia ao pontificado pela primeira vez depois de seis séculos”, refere o director do Osservatore Romano, no editorial da edição do passado dia 13 de Março.
Giovanni Maria Vian sublinha que nenhum Papa, antes, tinha escolhido chamar-se Francisco, que recorda a figura de São Francisco de Assis.
O jornal do Vaticano apresenta como marcas do actual pontificado a atenção e a proximidade aos pobres, a pregação da paz e a preservação da criação. “Três componentes da mensagem cristã que estão a caracterizar o andamento dos dias do primeiro Papa americano, que é também o primeiro não europeu desde há quase treze séculos e o primeiro jesuíta”, pode ler-se.
“Indicando a necessidade para a Igreja de ir às periferias reais e metafóricas do mundo para anunciar o Evangelho, o arcebispo de Buenos Aires traçava pouco antes do conclave as linhas de um pontificado essencialmente missionário, linhas que dali a poucos meses teriam sido desenvolvidas no longo documento programático ‘Evangelii gaudium’”, acrescenta o texto.
O director do Osservatore Romano acentua esta marca de alegria no actual pontificado, “não obstante as perseguições e o martírio de tantos cristãos, não obstante o desequilíbrio que aumenta entre norte e sul do mundo, não obstante a guerra mundial ‘aos bocados’ muitas vezes denunciada, não obstante a devastação do planeta”.
Vian assinala que a encíclica “Laudato si” foi acolhida “com interesse e esperança até por muitíssimas pessoas que parece não se identificarem com a Igreja”.
“Assim como está a chegar muito além dos confins visíveis da Igreja a palavra simples e apaixonada de um cristão que, carregando um grande peso, pede todos os dias que rezem por ele”, conclui.
No interior do jornal, cinco convidados escrevem sobre cinco palavras, neste aniversário do pontificado: Misericórdia, Periferias, Pobres, Saída e Diabo.
Já o secretário de Estado do Vaticano, cardeal D. Pietro Parolin, fala num pontificado de “alegria, anúncio e evangelização”, que colocou a Igreja em movimento.
“Uma das caraterísticas do pontificado do Papa Francisco é esta dimensão de uma Igreja em saída, uma Igreja em movimento, daí o convite urgente que o Papa fez, desde o início, para não ficarmos parados”, afirma.
O colaborador mais directo de Francisco admite, em entrevista ao portal de notícias do Vaticano, “Vatican News”, que nem todas as críticas ao Papa sejam bem-intencionadas.
“Provavelmente, sem julgar ninguém, é precisamente este dinamismo que o Papa imprimiu e quer imprimir na Igreja que desperta juízos diferentes, contrastantes e por vezes opostos. Em certo sentido, todos os pontificados foram alvo de críticas, não?”, pergunta o cardeal italiano.
O Papa Francisco foi eleito no dia 13 de Março de 2013 depois de um Conclave que teve cinco escrutínios e durou pouco mais de 24 horas, após Bento XVI, agora Papa-emérito, ter apresentado a renúncia ao pontificado.
O actual pontífice assinou duas encíclicas, duas exortações apostólicas, 23 decretos sob a forma de “motu proprio”; convocou duas assembleias sinodais sobre a família e um jubileu extraordinário, dedicado à Misericórdia; realizou 22 viagens internacionais e 17 visitas pastorais na Itália; proferiu mais de 600 homilias e oito ciclos de conferências nas audiências públicas semanais.
In ECCLESIA