Uma boa notícia… para alguns
O anúncio da possível extensão dos mandatos presidenciais na China não caiu bem em vários sectores da vida pública de Macau. A consolidação de poder nunca é vista com bons olhos, ainda por cima num país como a República Popular da China que, embora não seja uma democracia, tem primado pelo rejuvenescimento das suas lideranças.
Ao que tudo indica, a filosofia do Partido Comunista Chinês terá mudado de rumo. Há agora a possibilidade de Xi Jinping continuar a governar indefinidamente após 2023. Tudo ficará decidido dentro de dias, na sessão anual da Assembleia Nacional Popular.
Ao contrário dos defensores das democracias ocidentais, julgo que um terceiro mandato de Xi Jinping é bom para os destinos do planeta. Está mais do que provado que o mundo ocidental não vê com bons olhos as ditaduras, nem os Governos musculados, e muito menos a falta de alternância nas lideranças de qualquer país. Como ultimamente a China, muito por culpa da Administração Trump, tem consolidado a sua influência, não só na Europa, como também na América Latina e em África, nada mais oportuno para os tais defensores das democracias ocidentais do que esta notícia, para que os níveis de proximidade com determinados países deixem de ser tão intensos, contribuindo assim para que a China não se distancie avassaladoramente na liderança mundial, em detrimento dos Estados Unidos. Até porque, conforme reputados académicos chineses me transmitiram há alguns anos em Pequim: «Para bem do mundo, a China e os Estados Unidos devem caminhar lado-a-lado».
Pedro Daniel Oliveira