Aproximação estratégica
Os Presidentes da China e dos Estados Unidos reuniram-se no Grande Palácio do Povo, em Pequim, para uma nova ronda de conversações.
Xi Jinping e o homólogo norte-americano, Barack Obama, tiveram um primeiro encontro informal na terça-feira à noite, após a cimeira anual da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), que reuniu na capital chinesa líderes de 21 países e regiões do anel do Pacífico.
A avaliar pelas imagens difundidas na Imprensa oficial, o primeiro encontro decorreu numa atmosfera descontraída, com o líder chinês a mostrar a Barack Obama os jardins de Zhongnanhai, o Kremlin chinês, situado ao lado do antigo Palácio Imperial.
O Presidente norte-americano chegou a Pequim na segunda-feira, num périplo de oito dias pela Ásia-Pacífico que inclui a Birmânia e a Austrália.
Na sua primeira intervenção pública em Pequim, Obama saudou a ascensão global da China e afirmou que o futuro dos Estados Unidos da América está «indissociavelmente ligado à Ásia».
«Nós saudamos a ascensão de uma China próspera, pacífica e estável. Eu repito: os Estados Unidos saúdam a ascensão de uma China próspera, pacífica e estável», disse Obama, num encontro com cerca de mil e 500 empresários da Ásia-Pacífico.
“Occupy Central”
Barack Obama aproveitou a estadia em Pequim para esclarecer que os Estados Unidos não desempenham qualquer papel nos protestos pró-democracia em Hong Kong, apesar de acusações chinesas de que forças estrangeiras estão envolvidas.
«É inequívoco dizer que os Estados Unidos não estão envolvidos na promoção dos protestos que decorrem em Hong Kong», sublinhou Obama numa conferência de Imprensa conjunta, na passada quarta-feira.
O movimento pró-democracia agita Hong Kong há mais de seis semanas, com os manifestantes a reivindicarem a introdução do sufrágio universal pleno.
Ambiente
A China e os EUA, os dois principais emissores de gases com efeitos de estufa, fixaram novas metas com vista à redução das suas emissões de CO2, informou a Casa Branca em comunicado.
A China, primeiro emissor mundial, estabeleceu que as suas emissões de gases com efeitos de estufa atinjam o ponto máximo «por volta de 2030», tendo apontado a intenção de «tentar atingir o pico mais cedo» do que isso.
É a primeira vez que a China – o maior poluidor mundial – estabelece uma data, ainda que aproximada, para que as suas emissões de CO2 parem de aumentar.
Por sua vez, os EUA comprometeram-se atingir, até 2025, uma redução entre 26 e 28% das suas emissões registadas em 2005.
Cientistas têm alertado para a necessidade de medidas drásticas para combater o aquecimento global. As metas anunciadas antecedem a conferência do clima em Paris, que, em 2015, deverá aprovar, pela primeira vez, um acordo global, vinculativo e suficientemente ambicioso em matéria climática.