Há valores que são imutáveis.
Desde o seu aparecimento, há mais de três anos, o movimento Nova Portugalidade, uma (agora) associação que pugna pela divulgação e preservação do legado português disseminado pelos quatro cantos do planeta, tem sido alvo de diversos e incompreensíveis ataques e tentativas de a associar a entidades extremistas de carácter xenófobo. Mas, afinal, perguntará o leitor, o que é a Nova Portugalidade? Em breves pinceladas eis a sua carta de apresentação, exposta na respectiva página do Facebook: “Queremos uma Nova Portugalidade. Somos 300 milhões do Acre a Timor. A unir-nos, temos sangue e séculos, cultura e sentimento. Fomos forjados por gerações de homens de Estado, de combate e de inteligência. Entre os nossos maiores, contamos soldados e marinheiros, pintores e arquitectos, poetas e capitães. Temos uma música que é nossa e de mais ninguém. Temos uma língua – que é a terceira do Ocidente – e uma literatura. O que nos aproxima uns dos outros é também o que nos distingue dos restantes povos do globo. A Portugalidade é uma ideia e uma forma de estar. É uma civilização. Mais que uma constelação de Estados, o mundo português é uma aliança de povos com um passado partilhado e um futuro em comum. A sugerir a reaproximação entre nações de fala lusa está, mais que a economia, a necessidade – que é justa e natural – de reerguer uma família de povos que só por trágico equívoco se desfez. O que queremos resgatar é, pois, tudo – os feitos, os símbolos, os costumes, o idioma – o que nos irmana. Assim se fará a Nova Portugalidade”.
Ora, comungando O CLARIM, enquanto decano da imprensa em língua portuguesa no Oriente, desta carta de princípios, e sendo a Nova Portugalidade divulgadora dos feitos dos missionários do Padroado do Oriente, achamos por bem publicar a quase totalidade do comunicado emitido por esta associação no passado dia 4 de Setembro, em jeito de resposta a mais um soez ataque de que foi alvo. Ei-lo:
“COMUNICADO: O I mente outra vez; o I terá de repor a Verdade
- No artigo «Portugal. Extrema-direita segue tendência europeia e reorganiza-se», publicado a 3 de Setembro, o «Jornal I» esforça-se por simular relação ou associação entre a Nova Portugalidade e diversos grupos extremistas, entre os quais um tal «Portugueses Primeiro», uma «Nova Ordem Social» e uma sinistramente chamada «Divisão Misantrópica». O texto é manipulado expressamente de modo a ludibriar o leitor, toldar o seu julgamento e ferir com gravidade o bom nome da Nova Portugalidade e seus dirigentes, membros, simpatizantes e animadores. Para o lançamento de tão graves acusações, nunca o Jornal I procurou contactar a Nova Portugalidade e seus responsáveis, informar-se a respeito dos propósitos que a animam ou ler os documentos, Estatutos ou Carta de Princípios, que fornecem base à sua actuação. Se este é o jornalismo do I, não podemos se não perguntar-nos se o I merece ser tido por jornal.
- Não é a primeira vez que o Jornal I difama gratuitamente a Nova Portugalidade. Em Março de 2017, artigo assinado no I por Ana Petronilho procedia, pelo corte de frases e corrupção do seu sentido, a grosseira manipulação da mundivisão do presidente da Comissão Executiva da NP, Rafael Pinto Borges. Desta vez, o indecoroso ataque é assinado por Ricardo Cabral Fernandes, «jornalista» que não faz segredo do seu sectarismo político (…) De que não é imparcial, não há dúvida; de que ignora as mais elementares regras da ética jornalística, também não. É a todos os títulos lamentável que seja esta a bússola deontológica – como vimos, sem norte e sem ponteiro – por que se rege o I. Sabendo como sabemos que não é a primeira vez que algo desta gravidade se dá com o referido jornal, não podemos ficar com interpretação outra que a que se apresenta evidente: que o dito organismo move uma perseguição à Nova Portugalidade, e que usa da capacidade de divulgação de que ainda dispõe para a disseminação de factos falsos e violadores do direito, aliás legalmente tutelado, à reputação e ao bom nome.
III. A Nova Portugalidade não tem, teve, ou terá a menor similaridade ou motivo de aproximação aos diversos grupos de extremistas referidos no artigo de 3 de Setembro. Todas as agremiações ali apresentadas, algumas feridas inclusivamente de passivo criminal, estão nos antípodas do patriotismo aberto, universalista, humano e anti-racista que a NP defende e continuará a propor. Compomo-nos de professores universitários, politólogos, juristas, arquitectos, estudantes e servidores do Estado; temos entre nós indivíduos de «esquerda» e outros de «direita»; não professamos qualquer doutrina; desenvolvemos um labor historiográfico inovador e defendemos, certamente com um sucesso que incomoda aqueles que são adversários nossos e de Portugal, as grandes marcas da nossa civilização e a riqueza cultural que liga aos portugueses povos de todas as partes do globo. Desafia o bom senso que um jornal, ainda que um tão decadente e pouco lido quanto é o I, pretenda associar a grupúsculos uma organização que congrega para iniciativas suas nomes como o Senhor Dom Duarte de Bragança, a Doutora Ana Isabel Líbano Monteiro, os ex-deputados Professor Pedro Quartin Graça e Dr. Raul Almeida, o Doutor José Norton, o Professor Pedro Dias ou a Professora Maria de Deus Manso. Tão descarado abuso – como vimos, repetido e, por isso, certamente premeditado – só pode ter a motivá-lo o que há pouco se detectava: uma perseguição amoralmente conduzida por «jornalistas» ideologicamente marcados e desinteressados das mais elementares leis da sua profissão.
- Para a Nova Portugalidade, o direito à informação honesta e ao bom nome é indispensável a qualquer sociedade realmente democrática. É em nome desses princípios, estabelecidos pela Constituição da República e essenciais à vida colectiva, que a Nova Portugalidade se baterá sempre e usando de todos os meios oferecidos pela Lei. Não o fazemos por nós, pois eles não são só nossos e não é só a nós que protegem; fazemo-lo por todos os portugueses em defesa das garantias que a todos protegem. Travaremos a boa luta pelo que é justo e verdadeiro.
A 4 de Setembro de 2018, a Comissão Executiva da Nova Portugalidade”