JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Como tudo começou

O dia e o conceito foram efectivados e oficializados pelo Papa João Paulo II. Mas a ideia era mais antiga, já circulava no Vaticano desde que Paulo VI convocou um encontro internacional de jovens durante a Semana Santa de 1975. Esta convocatória marcava também o encerramento da Marcha Internacional da Reconciliação Cristã, que percorreu o caminho de São Francisco de Assis até Roma.

Brotava então o rebento de uma celebração que vai ter, dentro de dias, a sua 16.ª edição, portuguesa por sinal, em Lisboa, 39 anos depois de João Paulo II ter convidado todos os jovens do mundo a passar consigo o Domingo de Ramos na Praça de São Pedro no Vaticano, por ocasião do Ano Santo da Redenção. Nos anos 1983-1984 celebravam-se, com efeito, os 1950 anos da Paixão de Cristo. Depois do desafio lançado por Paulo VI, esperavam-se sessenta mil peregrinos, mas apareceram mais de 250 mil pessoas de diferentes países a responderam ao chamamento. Foi então que o Papa presenteou os jovens com a Cruz, um dos símbolos da JMJ que desde então peregrina pelo mundo.

Voltando à história da JMJ, em 1985 deu-se outro grande encontro de João Paulo II com a juventude do mundo, na Praça de São Pedro, por ocasião do Ano Internacional da Juventude, para o qual o Papa escreveu uma carta apostólica. Em 1985, a ONU proclamou o Ano Internacional da Juventude. João Paulo II, aproveitando o ensejo para dedicar uma atenção da Igreja às novas gerações, convocou novamente os jovens a comparecerem em Roma no Domingo de Ramos. Também nesta ocasião a resposta foi grande: trezentos mil jovens espalharam-se pelas igrejas da cidade para diversos momentos de oração e catequese, reunindo-se numa espécie de epílogo na Praça de São Pedro para participar na celebração com o Papa.

Pode-se dizer que estes primeiros eventos, de Paulo VI em 1975 e depois de João Paulo II em 1985, são o gérmen do que é hoje a Jornada Mundial da Juventude, instituída oficialmente a 20 de Dezembro de 1985.

Outro dos grandes promotores da JMJ e da organização de um encontro de jovens de todo o mundo com o Papa foi o cardeal argentino D. Eduardo Pironio, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos durante o pontificado de João Paulo II. Este cardeal, nomeado para aquele dicastério uns dias antes do Domingo de Ramos de 1984, foi na realidade quem concebeu a ideia e a proposta de instituir a Jornada Mundial da Juventude como a conhecemos e com esta designação e formato. D. Pironio (1920-1998) é assim o co-fundador da JMJ, tendo acompanhado o Papa nas Jornadas de Roma, Buenos Aires (a primeira grande edição internacional, no país de Pironio), Santiago de Compostela, Czestochowa, Denver e Manila. Depois de Buenos Aires, em 1987, a JMJ passou a ser celebrada em Agosto, com três dias de catequese antes de uma vigília e uma grande celebração final, a chamada “missa de envio”. A excepção foi Manila, 1995, que decorreu de 10 a 15 de Janeiro daquele ano.

Nos próximos dias será a vez de Lisboa, que com o município vizinho de Loures receberá mais uma edição da JMJ, um desígnio de Paulo VI, materializado por João Paulo II, a partir da inspiração e conceito de D. Pironio.

Vítor Teixeira

Universidade Fernando Pessoa

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